Minha miopia não deixava ver o que você dizia, o que estava ali, o tempo todo...
A ilha parecia um lugar tão bom, paraíso (in)certo para nosso amor...
Cresci com você. Cresci sem você. Mas em mim, você cresceu muito além do meu corpo físico... deixei pesar...
A suavidade se desajeitou... os cristais foram caindo, caindo... e o que não quebrou pelo caminho, trincou...
O que é livre ficou rarefeito... represas para um amor já tão imperfeito...
Não, o amor é tudo de bom, é leve, não cerca, não fere, compartilha, alivia, sorri, acaricia... o que realmente queima e sufoca, é essa tola habilidade de tentar encontrar perfeição em um mundo imperfeito...
A gente se bastou por tanto tempo, contra tudo e contra toda a maré...
Um dia acordei, e você não estava mais ali... apertei os olhos bem miúdos a tempo de te ver partir... tão ali... tão “star”...
Faltou chão, faltou ar, faltou eu... faltou eu redimensionar...
Você é intensa, cores e luz... ilha não é lugar para nós dois... nem para amor... hoje eu sei...
Voe, voe seu voo livre e libertador... se reinvente edificante e linda, sempre...
Espalhe tua alegria por todo seu caminhar... você está livre... eu vou me encontrar...
De hoje em diante está permitido... simples e puramente... e tão somente... amar...
Ame... ame muito... ame sem querer ser perfeita, sem querer ter o amor perfeito... ame sem expectativas, e sem pedir nada em troca... ame... muitos ainda irão te amar...
Amo você... mas agora preciso voltar a ser “eu”...