Tudo e nada tinha. Mas queria sem ao mínimo, doar. O mundo todo eu queria e nada tinha, pois o mundo em mim não estava e eu não estava no mundo. Estava muito mal em mim, pois não tinha a mim e a ninguém. Mas eu sempre queria sem querer e ressentido com todos e tudo eu vivia provando sempre o amargo do meu próprio fel, pois o céu não existia para mim. Apenas esse inferno de pessoas ao redor, sem dar-me o que mais necessitava, mas não queria. O que eu queria, ninguém podia me dar porque eu mesmo doava e era o próprio fel. E desse fel sempre me nutri e obtive forças para aceitar-me, e um dia quem sabe, ninguém mais me desse fel. Saberia que alguém nasceria para doar mel e nutrir meus mesquinhos sentimentos, tornando-me talvez um fel mais aceitável. Queria porque sem ter não podia doar, apenas receber e de tanto receber, afogou-se no próprio FEL.