Cerejeira rosa*
Zezé Gonsaga
Carlos Gualhardo
Obrigado, prima. Faz tanto tempo... Nem me lembrava mais desta canção, que minha mana, semiadolescente, cantava ao executar tarefas caseiras que nossa mãe lhe exigia.
Não tínhamos aparelho de som, nem vitrola, nem rádio. Com certeza, ouvia-a raramente no sistema de som popular que havia na rua próxima de nossa casa. Com inteligência aguçada, decorava os versos como podia. Talvez alguns correspondessem à melodia, mas não à romântica e linda letra.
Trnscrevo a seguir o que eu, ainda menino (mais novo do que ela 4 anos), entendia: era seu ouvinte!
"Será que tu
recordas como eu?
Aquele sonho tão feliz,
quando o destino bom
então me deu
tudo o que eu quis.
Eu bem sentia
que o teu coração
queria só viver por mim,
e eu pensei
que todo aquele amor
era sem fim.
Agora fico a pensar
no tempo bom que passou
e vivo sempre a lembrar
que o sonho já terminou!
E a cerejeira
não é rosa mais,
ficou tão triste
com o adeus...
E agora
pra mostrar seu amargor
não tem mais flor.
* Recebida, nesta data, por e-mail, de minha prima Heleonora, saudosa e querida.
|