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Cartas-->velhas companheiras -- 01/04/2002 - 11:51 (maria da graça almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
velhas companheiras
maria da graça almeida


Perfiladas, no corredor da morte

assistem ao "abate" das casas que longe um dia

viram-nas enfeitar seus quintais.

Belas, dignas, diante do inevitável

ainda têm viva a seiva que lhes corre

pelos corpos sadios.



De passagem, penalizada, vislumbro-as.

Também tombarão a qualquer momento!

Meus olhos fotografam-lhes o derradeiro verde,

enquanto, lânguidas, ao compasso do inverno,

as folhas acenam em despedida.

Emudecida, constranjo-me.

E o perpétuo emudecer

fortalece as mãos que as deitarão ao solo.

O conformismo é um relógio parado.

A fraqueza, uma faca enferrujada.

Quisera desacelerar a caminhada

e conter o passo desavisado

da migração que, desenfreada,

expõe-nos à acinzentada frieza do concreto.

Quisera, sobretudo, impedir o domínio cruel

do azulado espaço, pela ganância de aço

do homem arranha-céu .



Não posso, assim passo...



O homem é livre, caminha por onde quiser.

Deveria haver justo motivo

e necessários atrativos para que se mantivesse

fiel ao seu chão. Não há! E aí? Fica-se assim?

Creio que não!

Se nos dermos as mãos, estreitaremos os laços,

acertaremos o passo, não pisaremos em falso,

cuidaremos dos rastros e

sem perder de vista o chão

não passaremos em vão.


Assim posso, não passo...


maria da graça almeida




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