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Cartas-->Cartas da Alvorada: VOZES -- 13/05/2002 - 05:03 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
---- Porque há deveras um pouco de mim, quiçá de todos nós, nos versos de Lucilia Cerr - VOZES - seleccionei esta excelente oração à vida, a qual nos coloca face a face com o imbróglio sentimental dos tempos que decorrem. É também, quanto a mim, uma bela forma de rezar ao mundo.

--------------------------------------------------

À nossa !

A todas as vozes que
desaprenderam preces, ou mesmo
que jamais aprenderam.

A todas as solidões individuais ou
partilhadas, gritadas, colhidas ou
caladas, nos corações e nas almas.

A todas as buscas que levaram a encontros,
perdas ou abandonos.

A todos os silêncios de gestos e
palavras que encobriram
impossibilidades, refúgios, medos ou
ausências. E, principalmente, aqueles que
disseram mais do que palavras.

A todos os braços e abraços que acolheram,
aqueceram e ampararam, nos momentos em que a
perda já parecia certa e o abandono das forças de
luta era aparentemente a única possibilidade de
resposta.

Aos sorrisos esboçados ou
assumidos que coloriram os rostos e
enfeitaram o mundo.

A todas as crianças crescidas e pequenas que
viveram momentos de descoberta e não
morreram para o aprender.

A todo o Amor que nasceu e morreu,
mas que teve seu espaço de cor, força
e brilho nas faces, corações e corpos.

A todas as músicas e versos que os
artistas, ou não, exprimiram com suas
emoções e nos ajudaram a
compreender e comunicar melhor as
nossas.

A toda voz ou carícia que não se
negou, que ouviu o apelo e
respondeu com sua existência, sua
expressão sua proximidade.

A todas as orações desesperadas,
suplicantes ou agradecidas.

A todos os "becos sem saídas" que
deram em novos caminhos e em
outras possibilidades.

A todos os desesperos que tiveram
a grandeza de pedir ajuda e dar a
enorme descoberta de serem
conhecidos na partilha e no calor de
um olhar, talvez perplexo, mas
acolhedor.

A toda a vida que se omitiu ou
ousou, que se transformou ou
paralizou no tempo do medo.

A todo o medo que a coragem
permitiu viver, e que a força não
deixou que imobilizasse o gesto, e
levou aos passos mais adiante e aos
caminhos mais além de antes do
ontem.

A todos aqueles que, disponíveis
para o novo, o invasivo, o ensaio,
percorreram com seus olhos linhas
como estas somando as nossas, as
suas vivências, indagações e
descobertas e fazendo com isto que
amontoados de palavras se
vestissem de significados, dedico
esta mensagem como uma
liberdade de aproximação e um
enorme desejo de que a busca de
cada um não cesse nunca, seja ela
qual for, por mais que mudem as
respostas ou que por vezes, nos
desanime a ausência delas. Um
brinde aos encontros, que neste
espaço de vida, puderam
acontecer...

Lucilia Cerr
--------------------------------------------------

---- A todos aqueles que aspiram à plena e responsável libertação do espírito humano.

---------------- Torre da Guia -------------------
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