Nos Livros Negros, histórias contam, civilizações desenrolam seus novelos de intrincadas e frágeis revelações. Desvendam a face dos homens em sua intrigante passagem e suas ilusões. Desolados papiros ensaiam valsas histéricas com as graciosas múmias do além. Faraós com suas farofas sagradas fingem brincar com a eternidade, e de sua extravagante imobilidade coagir a natureza, fabricar a glória, transformar ratazanas em seres alados para o panteão da memória. Desesperado em sua mortalha de ouro, Osíris tenta voltar atrás, e seus gritos ainda ecoam do passado, dos labirintos e galerias de seus monumentos até os ralos de nossos banheiros e cozinhas.
Já dizia Clark Kent, lá de Megalópolis: a poeira veio do pó, e ao pó retornará...