Ao apreciar teu poema
que já li, reli e imprimi,
é algo, assim...
difícil de definir.
Ah! Que venturosa a musa
que te inspirou tal entredo...
Além de tudo:
usas a forma poética com tal perfeição,
que nem dá pra acreditar que és,
em princípio,
um matemático.
Pareces daqueles cartesianos,
cuja razão se fundiu com o coração
e ficou perdido nos confins poéticos,
onde a abelhinha sorve o mel da flor;
o raio de sol banha-se na gota de orvalho,
e a dor e o amor se fundem e confundem
em tua rima tão perfeita...
Ai! Quando algo me toca, assim tão gostosamente,
nem sei bem o que digo: sou até inconveniente...
Sorte a minha, seres um poeta realmente;
assim, sei que me entendes...
Que mais te digo?
Não sei...
Talvez que,
no silente ócio poético,
eu, "desinspirada", tu cutucaste
a vertente que em mim dormitava, latente,
e agora, impertinente,
quer abrir as asas, talvez...
Bebamos pois,
os dois,
o vinho da
"Taça da Saudade"...