Sofro de um raro tipo de ciúmes: o ciúmes de autor. Sabendo da minha impopularidade e do silêncio que meu verbo provoca vou escrever as minhas (e as de meus outros tantos) frustrações aqui. Sabemos que alguns autores são bastante quisto neste compêndio de obras escritas, isso é fato. Sabemos também que outros são detestados, isso também é consenso. Mas o pior tipo de autor é o autor-invisível. Esse autor de poucas leituras, poucos amigos, poucos textos lidos e sempre pouco comentados.
Eu sou um autor-invisivel. Demonstro minha inexpressividade em minha quantidade parca de leitores e na minha falta de capacidade de ser popular.
Eu sou humano. Sinto ciúmes e escrevo errado. Contrera é um ótimo autor. Escreve textos belíssimos, bem organizados e logicamente bem trabalhados. Eu mesmo já lhe fiz elogios mil tanto no site quanto para outros que não tem acesso a estas informações via internet. JPA também, apesar de não concordar muito com o que ele diz, mas eu aprecio e muito a forma como ele dizia as coisas... Outro dia estava relendo um texto dele sobre Clarice no usina. De uma métrica fantástica. Em cordel e humor. Até sobre pilhéria eu mantenho-me leitor destes e de outros.
Já li muito o que Félix escreveu, mesmo sendo contrário a 99,9% do que ele diz ou disse (com exceção do que ele falou sobre as denúncias sobre o PT, que fiz questão de não dizer nada até terem sido descobertas todas as mentiras. Mesmo assim, acho a atitude de apresentar-se como arauto da verdade de extrema importância). Já li muito o que o Lúcio Jr. (agora Juninho) escreveu. Lúcio é um autor polêmico, tanto que em curto período de tempo eu já estive contra e a favor por várias vezes, e não preciso dizer que também bebo da mesma água que ele. Um historiador e articulista fantástico. Senti falta de Bruno Freitas, mas ninguém lhe deu boas vindas. Sou fã do Daniel e até participei junto ao Daniel Fiuza de uma peia de cordel.
O que quero dizer com tudo isso? Nada, só dizer que sinto inveja (do tipo ruim... não existe inveja boa) de todos. São todos tão bons, porém eu sou melhor que eles em uma coisa. Eu os leio, sempre.
Até mais ciúmes,
Ayra-on
Ps.: Eu também estava em silêncio, onde estavam as boas vindas para mim?