----- O Fado dos Fados está arder e, em chama ténue acabada de nascer, praza que entre em sarça ardente, iluminando a memória que transita entre os enegrecidos amores e desamores de Maria Severa, divinizados e chegados ao trono da pátria na voz de Amália Rodrigues.
----- Estás bonita Milene, bem colocada, a dar nome e presença ao Teu querido Brasil. Se um dia vieres a Lisboa, não Te admires se porventura espetares o ouvido no espaço etéreo e, entre arpejos de guitarra portuguesa, exclamares: Mas... Diacho... Estes versos que ouço são meus!
----- Para já, estás impressa em "Fado do Brasil", modesta e sóbria quanto bastante, honrosa e impante quanto necessário. Estás por forma a que ninguém - como aqui na Usina - presuma que és o que não és, ou, vice-versa, se atreva a afirmar que não és o que de facto és: a tua cereja não cairá nos próximos trinta Agostos que aí virão, segundo sinto e me palpita. Estás bem segura ao sapiente raminho da prudência sensata entre as labaredas do preconceito vil que assola a atmosfera da actual inteligência (!) que por aí anda a gritar aos incautos que nasceu sózinha.
----- Logo estarás connosco no salão nobre do Clube dos Fenianos Portuenses, proclamando o nascimento dum sonho tornado realidade física. Mais logo, cerca das 18h00 - é de contar mais dez ou quinze minutos adiante - as Tuas palavras estarão entre nós...
----- Em 2003, por esta mesma altura e em relação a "Fado dos Fados" - mensageiro da história e das actualidades fadistas - faço votos para que estejas deveras connosco a brindar à sequência seguinte...
--------------- Hora a hora vais tecendo
--------------- Bem ou mal a realidade
--------------- Que hora a hora vai crescendo
--------------- Na lonjura da saudade.