Ah! Se o amor me conhecesse...
Ah! Se ele soubesse onde me encontrar:
Tão tolo e tão bobo,
Parece que ele murchou, secou,
desapareceu, mofou e morreu...
Mas, o asar não é meu,
Tampouco dele,
seguimos em estradas tão desencontradas:
Hei senhor, o que houve?
Perdeu-se de mim?
Não me reconheces mais?
Ainda sou tão jovem, tão atraente,
Tão meiga,
tão solitária,
tão carente,
porém caliente.
Hei seu moço, ai do outro lado:
Nós, você e eu,
Porque se perdeu,
de mim?
Eu não sei o que te oferecer:
Serve eu?
Serve um céu, que não é meu?
Não te assustes comigo,
com meu jeito de ser...
Eu sei, não sou comportada!
Sou rebelde, sou madura,
sou jovem de cabeça de dura:
Ah! Sou também o que se pode dizer,
uma velha safada...
Pois é, não suportaria ser;
Ver o dia amanhecer, sentada numa calçada,
ficando enferrujada.
Ou quem sabe olhando a vida passando pela janela.
Ah! essa velha, que não para um segundo:
Parece que tem fogo,
que arde, que sufoca, que aquece;
Seu tempo ainda não passou,
Com um olhar disfarçado,
e com seu requebrado,
tão faceira, fingidora,
que olha prós moços bonitos...
Que não aceita elogios,
puro fingimento!
Gostaria mesmo era,
de leva-lo para a cama!
Sua velha safada!
Ah! Se um desses gatões,
pulassem, desviassem do caminho...
O que aconteceria?
Bem, isso é segredo:
Quantos sonhos e desejos;
He, he, he, he.
Então é melhor que fujas mesmo...
Não sou responsável, pelo que desejo,
Por tudo que quero,
No meio da rua,
quando virando a esquina;
Confesso, uhmm, que bundinha linda!
O que é isso?
Um olhar fingidor,
Num faz de conta que não estou vendo,
o que estou vendo,
mas, estou vendo!
Estou vendo,
Vendo tudo,
querendo tudo.
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