O que da vida nos sobra
Quando o tempo nos acalma
São os espelhos da obra
Que fizemos com a alma!
Pelas cordas da guitarra
Vibradas pelos meus dedos
O chão dos nossos segredos
Todo no ar se desgarra
Da mão que em vão os amarra
Entre os trinados gemidos
Abre-se a boca da barra
Ao mar alto dos sentidos
Em êxtase possuídos
E no sonho engradados
Sentimos os negros fados
De puro branco vestidos
Como sinais entendidos
Onde a palavra não cabe
Vão os olhos nos ouvidos
Abraçar a eternidade!
------------------- Torre da Guia ----------------