Abro o portão e fico á espera.
Espero que apareças por cima da tua barriga, cheira-me a vinho tinto, olho á volta e não te vejo, procuro nas capoeiras e não estás. Os melros estão á tua espera para mais uma refeição, mas tu não chegas, remexo a terra seca, nem sinal de ti esqueceste-te de regar a horta, encosto-me ao poço á tua espera, mas tu não vens.
Eu sei que estás aqui, eu cheiro,eu sinto que estás aqui, até consigo ver a tua navalhinha a cortar um naco de pão.
Os figo caem maduros no chão, a terra já outro quis plantar, no lugar das coves nascem flores, mas tu ficaste lá plantado, lá no quintal do Acácio.