----- A a ideia, a idiotice se quiserem e consoante lhes der jeito, surgiu-me iluminada, através da dilecta Musa dos meus dias, a propósito das garraiadas que frequentemente vão tendo lugar aqui na nossa "amistosa" arena literária.
----- Escrevo, desde há quarenta anos a esta parte, para os outros sobre milhares e milhares de assuntos e motivos e, pasmo-me, nunca escrevi sequer um postalzinho ou uma carta para mim.
----- Pois... Quando se escreve uma carta aberta... Tal e qual como Santo António falava aos peixes (era muito inteligente este meu santo),
é sempre para alguém...
----- Caro Torre:
----- Tenho seguido com enorme interesse o teu percurso na Usina na espectativa de saborear a prosa e a poesia a que me habituaste e raramente encontro um texto que valha a pena admirar ou reler.
----- Francamente, amigo, a Internet dispõe de excelentes "chats" onde poderás aplicar com muito mais proveito a tua imaginação e fluência.
----- Decerto que constatas que aqueles que por aí melhor escrevem só uma vez por outra se atrevem a colocar um escrito e desaparecem de imediato, única forma de evitar o "torpel taurino"
que logo se desencadeia.
----- É por causa da Milene, é? É por causa da Milene que te manténs em luta estóica com essa cambada de franganotes e garnizés imbecis que não cessam de bicar na rede porque não conseguem exprirmir-se senão com provocações, insultos e banalidades de mau gosto? Tu e Ela têm de dar uma volta de 180 graus. Não adianta escrever para moscas e melgas.
----- Ei, amigo, comoves-me e ao mesmo tempo confrages-me. Sei que só desistes das coisas face ao impossível, mas, oh velho fixe, aconselho-te a que ignores de uma vez por todas aqueles que de facto não valem um só segundo de consideração.
----- Literatura, caro, tu sabes o que é literatura... Literatura é elevação no sentido de melhorar a humanidade, tornando-a mais solidária e digna.
----- Bem... Medita, Torre, medita e faz deveras alguma coisa por ti e, também, por mim, que quero apenas sentir-te permanentemente capaz.