Lembras-te, juliocesar? Percebes agora?
É inútil chegar ao fim. É inútil o Adeus!
Tudo recomeça após o fim, não tem jeito.
Tudo nesta vida é efêmero. Tão ligeiro quanto derradeiro.
E recomeça. Pois muito tênue e frágil é a linha que separa o fim do recomeço. Tudo retorna.
É ilusão pensar que além do horizonte há caminhos diferentes.
Que além do horizonte há descanso. Não há, tudo recomeça.
Do outro lado, haverá sempre estradas. Sempre a mesma estrada, a mesma poeira, as mesmas pedras que compõem o caminho do lado de cá...
As regras são sempre as mesmas. Sempre o mesmo vento imprevisível de sempre que sopra e nos arrasta.
As mesmas caras, as mesmas vozes, a mesma rua, o mesmo banco no mesmo jardim. A mesma luz... talvez, mude um pouco a tonalidade, de azul-laranja para azul-violeta, chumbo... ou vice-versa.
Mas não adianta. É inútil partir. Assim como é inútil resistir.
"À surpresa segue-se sempre a nostalgia".
E volta-se. "Volta-se porque se tem saudade, porque se foi feliz intimamente. Volta-se, para a sinceridade, volta-se sempre, tarde ou de repente, na alegria ou na infelicidade. E nada como esse apelo da lembrança, para se transformar numa esperança...", assim dizia o nosso "poetinha vagabundo" Vinicius de Moraes.
Voltaste poeta, não como um ataque, mas como uma brisa suave em tarde quente de verão. Voltaste, porque na verdade nunca partiste. Voltaste para as tuas torres, arranhadas sim, doloridas, estremunhadas, mas jamais desmoronadas.
Porque estas são firmes, sólidas, constuídas sobre o alicerce do amor, da integridade e da beleza. Para as arranhaduras e hematonas, temos um remédio. Uma compressa quente à base de SAL.
Santo remédio!
Portanto, agora, risca, pinta as paredes amarelas desta "Torre/Usina", com tinta vermelha, branca, azul ou mesmo preta e observa... talvez, desta vez, não te venha a nostalgia, a desesperança, e tu até te espantes com o som dos teus pincéis...
Sê bem vindo!
Nós, deste lado de cá, abrimos nossas asas e te recebemos num abraço de imenso carinho!
E sejamos todos felizes!!!
