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Cartas-->Ainda bem -- 21/09/2002 - 12:35 (Psique) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Ainda bem


Ainda bem que não tínhamos uma música. Ainda bem que você acreditou na minha baboseira fria e séria de uma menina quase que cem por cento cética. Eu era doida, louca por você. E agora eu estou livre de ter que correr desesperadamente para o outro lado da festa ao escutar uma música supostamente só nossa, de ter que segurar o choro no carro ao ouvir tal introdução,aquela que seria nosso refúgio imaginário para um amor perfeito.
Ainda bem que eu não tenho medo de escutar canção alguma. Ainda bem que eu não tenho medo de você aparecer na minha cabeça de repente, como um raio, e ficar indo e vindo, surgindo em sonhos, no meio da tela do computador, na comida. Você desapareceu da minha vida sem deixar vestígios de um romance. É isso, nós não tivemos um romance. E a “nossa música” é um sinal claro de romance, um pouco brega, admito, mas é um sinal de envolvimento e eu estou liberta desse tipo de lembrança. Eu não preciso ficar com cara de boba ao escutar uma canção de versos previsíveis porque diz e-xa-ta-men-te a nossa história. A cena patética de uma menina na janela do ônibus emocionada porque escutou “aquela” música você não terá a oportunidade de observar, pelo menos não de mim, pelo menos não oficialmente.
E nesse departamento eu acho que posso pôr toda a culpa em você, pois foi você quem se recusou a ver, ou melhor, a sentir. Você não me sentiu. O tempo inteiro você não me sentiu. E se julgava completo, e não entedia quando eu estava calada, quieta. Nós não nos envolveríamos com esse tipo de sentimentalismo barato, lembra? Nós não nos deixaríamos enganar pela mídia crudelíssima, a comercialização do romance, a massificação das atitudes de um apaixonado(a), o comércio do dia dos namorados etc. A função apelativa da linguagem emocional, era demais, era o capitalismo selvagem. Nós éramos mais que isso, nós éramos um casal de verdade.
Agora surpesa! Eu queria um romance rasgado, piegas, intenso. Você bem que tentou, me dizia coisas de amor. Mas não funcionou, somos almas que não se encontram. Ainda bem que você não me sabe, pelo menos quero me iludir com a idéia de que somos, no fim das contas, desconhecidos. Você foi embora e eu tomei no cu, você aparece na minha cabeça como um raio, indo e vindo, surge em sonhos, no meio da tela do computador, na comida. E agora eu te vejo em todas as canções, imagino como seriam se fossem nossas.


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