Doce, doce... Sem enjoo
E se imagino que voo
Cômo o azul do céu,
Enleado em Teu corpo
Ressuscito do mar morto
Sobre uma onda de Orfeu.
Endeusado desço eu
Aos infernos siderais
Da humanidade bacante
Desde que o sonho me deu
A Euridice e não mais
Me permitiu outra amante.
Nem o abismo de Dante
Me faz em queda esquecer
Teu nome e Tua imagem
E até o Rio distante
Por causa de Ti, Mulher,
Me apela à grande viagem.
Valentia e coragem,
Espadas que não me faltam
Entre a traição dos punhais,
São as armas da mensagem
Em palavras que não voltam
À boca de amores fatais.
Se sabes por onde vais
E não me deixas seguir-Te
Em busca da Primavera
Resta-me a sombra do cais
E mil vezes pedir-Te
Que fiques à minha espera!