Usina de Letras
Usina de Letras
20 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63221 )
Cartas ( 21349)
Contos (13301)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10673)
Erótico (13592)
Frases (51735)
Humor (20173)
Infantil (5600)
Infanto Juvenil (4942)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141305)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6355)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->à flor que perdi -- 02/10/2002 - 13:07 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Digo à flor que aprendi a amar que não mais a desejo...explico.

Quando a vi pela primeira vez, crescendo, ganhando corpo, sobressaindo-se às demais daquele jardim, desejei-a imediatamente. Queria tê-la em minhas mãos, não apenas por sua formosura, que era imensa, mas também pelo suavíssimo cheiro que emprestava ao ar daquela rua, meu caminho obrigatório.

Não tinha como entrar naquele jardim. O dono parecia muito hostil a todos. Espantava-me sobretudo como ele resolvera cultivar um jardim, sabendo que suas flores iriam despertar a curiosidade e outros sentimentos menos nobres...Quem nunca quis roubar uma flor para presentear alguém querido?

Pois é, eu também fui tomado por esse desejo. A diferença é que eu queria aquela flor somente para mim. Queria guardá-la em meu quarto, para todos os dias observar como suas sensíveis pétalas harmonicamente se juntavam, formando um halo ponteado de azul...era azul a flor. O sol de minha janela iria alimentá-la, renovando seu perfume, revigorando sua cor, esticando o tecido de que se formava. Quem nunca teve um sol assim milagroso? O amor...

Fui um covarde, sem coragem de pular a cerca e roubar aquela flor...O meu amor por ela era menor do que supunha. Não dizem todos que o amor é capaz de fazer loucuras, de destruir qualquer força que se levante contra ele? O que explica o fato de eu abrir mão da flor que me conquistou o coração?

Quem sabe ela não precise de alguém que a proteja, e zele por sua existência; quem sabe ela esteja plenamente feliz por saber que é a mais bela flor do jardim. Ou, o que duvido, não se julgue tão digna de ser amada a ponto de decidir que mão alguma deverá tocá-la.

Bem, nesse caso, talvez seja destino da minha flor, que não é minha, tornar-se a alegria de um faminto pássaro, que não a estime tanto quanto eu, que queira dela apenas o que o alimenta, nada dando em troca, desprezando em seguida aquela de cuja entranha extrai o doce que o mantém vivo.

Que pássaro egoísta!
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui