Morreu hoje o maestro suíço Peter Maag, aos 82 anos, na cidade de Verona, Itália. O maestro ficou conhecido pelo seu trabalho na Orquestra Sinfônica de Londres. Sua carreira teve início na Alemanha e ocupou os cargos de maestro na Ópera de Dusseldorf e diretor musical da ópera de Bonn. Ainda não foi divulgada a causa da morte.
Outro gente boa que morreu, prá dignificar mais o cemitério, foi o grande escritor Singer.
Isaac Bashevis Singer pode ser considerado, por "Sombras sobre o rio Hudson" (Companhia das Letras; tradução de Paulo Henriques Britto), o último escritor dostoievskiano. Sua prosa corre fácil, caudalosa e profundamente pelas mais de 500 páginas que narram o cotidiano de personagens judeus refugiados do Holocausto, nos anos imediatamente posteriores ao final da II Guerra. São pessoas que estão em busca de uma identidade e se vêem, face ao passado de extermínio, sobre uma questão crucial: como pôde o Povo Eleito ter passado por tamanho sofrimento? O que significa o Holocausto na sucessão de tragédias que acompanha o povo judeu na sua eterna diáspora?
Sombras sobre o rio Hudson não é mais um livro sobre judeus bonzinhos e nazistas mauzinhos; é, antes, uma bela incursão pelo desespero, pelo desprendimento das coisas terrenas, que invariavelmente se seguem a uma guerra. É um belo retrato de um povo que sobrevive, com ou sem câmaras de gás, por 2.000 anos de intensa perseguição, reafirmando sua fé a cada provação. Singer mostra que, para o judeu, a verdadeira fé só se encontra na dúvida eterna.