Eu faço da palavra algo muito ligado a minha sobrevivência, elas são simplesmente grande parte da minha alma e da minha existência, aprendi a falar com um ano de idade, fui uma criança muito sorridente e chorona( Fonte: Mamãe), ao extremo(as duas coisas, chorar e sorrir), ainda hoje essas sãos características que ainda existem muito em mim.
Aprendi a ler aos seis anos, ainda me lembro dos meus primeiros livros, o melhor presente que alguém pode me dar hoje em dia é um livro, passo a maior parte do tempo que posso escrevendo ou lendo, resumindo, a minha vida é feita de letras e palavras.
O mais engraçado é que eu adoro escrever e colocar tudo na primeira pessoa, coisa que a maioria dos escritores acabam não fazendo, criam histórias,contos, romances para falar deles mesmos, ou de parte deles, eu ainda estou aprendendo a guardar um pouco de mim mesmo, mas quer saber não vejo a mínima graça,quando falamos de nós mesmos acabamos falando um pouco das outras pessoas também.
Eu sempre falo demais, não consigo guardar dentro de mim o que sinto, tenho que colocar no papel, tenho que dividir, contar para alguém, não consigo falar sozinho, não tem graça, não tem ninguém para questionar e acabamos tendo sempre a razão e eu não me importo se tenho razão ou não, já magoei pessoas por ter falado demais, mas nunca deixei de falar daquilo que eu queria e o melhor é ouvir o que as pessoas tem a dizer sobre aquilo que você fala ou pensa, ás vezes admito que é melhor ouvir do que falar, também aprendemos muito ao ouvir.
Por outro lado temos que pensar na antítese das palavras, no contrário do falar, o silêncio, dizem que o silêncio é de ouro, ou quem cala consente, a verdade é que o silêncio quando se faz presente pode ser tão necessário quanto às palavras.
O silêncio é algo que às vezes assusta, que machuca muito quando precisamos de respostas, mas quando alguém não responde é porque tem uma boa razão para isso, melhor não se dizer nada quando não se tem mais nada a dizer mesmo,porque palavras ditas sem coração são como espadas afiadas que cortam a nossa pele e nos fazem sangrar ainda mais do que já estávamos sangrando.
Palavras podem machucar tanto quanto o silêncio e às vezes o silêncio é o melhor remédio para algumas situações.
Eu nunca ouvi a voz de Deus, a linguagem de Deus se dá em algo que não se traduz em sons ou em palavras, nem sempre a ausência de alguém significa que aquela pessoa não esteja mais na sua vida, a ausência de palavras nem sempre será o silêncio, será sim apenas mais uma das formas da nossa expressão e do nosso falar.