Que chá de vampiro é feito com absorvente usado eu já sabia, mas o que não poderia prever era que eles curtem lambém uma buça mestruada e, de quebra, um solzinho às vezes.
- Sente-se nesta cadeira, jovem. Está um pouco calor, mas já mandei servir a limonada.
- Sinto muito por Demóstrates - eu disse inconsolado.
- Era de se esperar, meu jovem. Ele já tinha passado dos limites em sua sede de sangue novo e hoje em dia a Aids não poupa ninguém, nem vampiros. A mídia não os colocou como grupo de risco.
O vampiro, já envelhecido, dá um trago em sua Saint James e paraliza pensativo. Apenas um toco miserável de vela iluminava de forma mesquinha o quarto sombril. Era de tardinha e ele já havia tomado banho de sol no jardim, horas antes de eu chegar à sua residência na sagrada cidade do reino dos Khmers.
- Fortantus tem tudo para colaborar com o governo. Tem vários motivos! - falou, após 3 minutos de reflexão.
- E o Conde Drácula? Como está?
- Ah...o velho está desgastado. Muitas solicitações do cinema, produtores, editores de livros e outras porcarias. O conde já era. Daria tudo prá se aposentar, mas não tem herdeiro prá passar o cajado.
- Ele deve detestar todo este assédio, não?
- Ele só gosta da versão de Murnau, apesar de se achar mais bonito que o Nosferatu. Ele é vaidoso, tem isso!...
Puxei assunto sobre o antigo lar dos solicitados chupadores de sangue:
- E a Transilvânia...tem tido notícias de lá?
- Oh...a Transilvânia...entregue aos vampiros classe baixa e novos ricos...a moda agora é morar aqui sob o reino dos Khmers. Ares novos, sangues novos.
Resolvi puxar assunto pro lado do sexo, coisa que eu evitava de forma eclesiástica. Resguardava em minha alma a idéia de que o sexo, de uma forma ou de outra, é responsável por quase toda falta de liberdade do pensar e do viver. Havia resolvido, de forma resoluta, a não viver mais em função do sexo e a desviar minha energia vital para o trabalho, afim de buscar toda liberdade possível.
- E você? Como vai com as meninas? - perguntei, enquanto olhava, um pouco triste, o sol morrendo pelos vidros da janela.
- Oh, meu caro...sabes bem...com a velhice a vontade de chupar buceta cresce. O simples meter não me interessa mais. Procuro as meninas quando estão "naqueles dias" e sirvo de Ob prá elas. Tome-lhe Cunnilingus!!!
- Você é escroto!
Percebi naquele instante que indiferentes aos rigores da passagem do tempo, do fluir das correntezas, das luas e estações, das comédias e tragédias humanas, as divinas apsaras continuam, gloriosas, dançando nas ruínas da cidade sagrada do reino dos Khmers e os vampiros, cada vez mais escrotos, continuavam a viver de sua venda desenfreada de imagem em filmes, livros e revistas. Mas repeti, resoluto, minha observação ao vampiro que pendia, envelhecido, sobre um charuto robusto:
- Você é escroto!
- Sempre fomos, nós os vampiros, mas continuamos vendendo bem.
Dito isso, sem ressentimento e com olhar sarcástico, tirou o "modess" da caneca e bebeu seu chá escarlate.
TODA A MINHA OBRA ESTÁ FINALIZADA AQUI NO USINA. ABRAÇOS PARA TODOS, SEM EXCEÇÃO, DA DIREITA OU DA ESQUERDA ! AQUI DENISON BORGES SE CÁLA PARA SEMPRE ! SAUDADES...ADEUS ! ( FIQUEM COM "DEUS" )
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