Meu amor... anjo que só consigo sentir o rufar de tuas asas quando em sono profundo como num sono celestial, dá-me um pouco do teu real existir. Onde andas se acordo e não te vejo? Apenas sinto que esteve por perto pelo sorriso bobo que trago refletido no espelho de minha alma, tento lembrar-me do cheiro que deixaste, mas só fica a ilusão das formas que imagino ter, olho ao redor, e só há lençois em desalinho de meu corpo que se debateu no caminhar gelado da madrugada choro como criança que perdeu o colo. Naum quero ser gente grande neste instante, naum quero ser em instante nenhum, o desejo que trago entranhados nos meus mais ínfimos orgãos, não me deixam ser racional, meu coração parece querer parar, olho pela janela, o sol desponta no horizonte, traz uma luz intensa, imagino que em algum lugar deste horizonte está você a zelar pelos cabelos aos ombros, balançando com levesa tuas asas, teus olhos a refletir o brilho do sol que nasce.
Aos poucos vou caindo ao mundo real da existência dos comuns, carrego meus pensamentos com ilusões de que pensas em mim.