Novembro...
Te escrevo mais uma vez,
talvez porque já seja novembro,
quase fim do ano e as crises maiores,
sempre são nesta época,
crise de quem se sente sozinho.
Talvez, tu também te sintas,
tão só quanto eu...
Preciso te falar das minhas andanças,
todas sem sentido, depois de ti...
assim como antes de ti,
todas vazias, como o mesmo pote quebrado.
Continuei sorrindo,
apesar da alegria ter se apagado.
Querendo ouvir tuas palavras, sem conseguir,
assim como te alcançar... impossível demais.
Deves estar nos teus eventos,
no teu mundo, tão diferente do meu.
Hoje percebi que eu não serviria para ti,
apesar de seres, o que eu quis para mim
tanto tempo e ainda quero.
Não tive sensibilidade
o suficiênte para perceber tua sofisticação e eu,
nada sofisticada.
Tu sempre em busca de tuas metas,
eu... inusitada...
Tu com tantas perdas em vida,
eu... apenas querendo ser amada.
Tu cultivando orquídeas no teu jardim,
eu... sempre apaixonada pelas margaridas.
Tu, gostando de elegância,
eu...tão longe da moda.
Tu com tantos principios,
eu... sempre da ocasião.
E agora, depois de quase um ano,
consigo entender o teu silêncio.
Nunca soube representar um personagem,
apenas como isca, para atrair.
Fui tão eu, que acabei te perdendo.
Simples demais para figurar entre o teu jardim.
Éramos apenas iguais, na nossa fé
e sabe que até ela, por um bom tempo,
me abandonou com a tua ausência.
Também nos sonhos...
queríamos o mesmo amor
e agora,
já nem sei por onde começar.
Somos tão diferentes,
mas desejávamos a mesma felicidade.
Mas o mundo das diferenças nos venceu
e estamos por aí, tentando...
Mesmo asssim... Eu te amo !!!
Angela Lara
À Tatiane
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