Dobram os sinos em Janeiro
Enquanto no Tejo um...
Vai deslizando lento e triste...
O dia que decorre está cinzento
E o sol, condolente e avarento,
Parece fingir que não existe.
Está frio, daqueles de rachar,
E o movimento após o dealbar
Tomou pleno conta do Chiado...
E eu estou aqui, neste café,
Com Lisboa inteira a pôr-se a pé,
De sorriso dolorido e desolado.
Em letras muito grandes na Avenida
De olhos fechados vejo erguida
Musilene além da Trapobana...
Eu e minha Musa vamos hoje
Ao teatro da vida que nos foge
Levar uma flor... A José Viana!