Que correções colocaria e apresentaria eu agora num texto que produzi às 18h18 de 10 de Maio de 2002? Tentando abrasileirar quanto possível o português em que me exprimo, eis pois atualizado o conteúdo do título em movimento.
Em equação
Quiçá contribuindo
Para a responsável amenidade
Entre Escritores-Leitores Usineiros.
O Assunto:
É óbvio que quando aqui escrevo, me dirijo, queira ou não queira, sempre a alguém que não conheço, mais ou menos tal e qual, como quando era jovem, beijasse língua na língua a minha (in)ditosa namorada em público e, por consequência, ao expor-me a mim e a ela, estivesse desde logo sujeito à preconceitual opinião de quantos apreciassem o ato.
Assim, do que se extrai desta alusão, há a considerar duas evidentes permissas: pretenderia eu, tomado de repentino e objectivo desejo, tão só consumar o enlace concupiscente ou, por manifesta perversidade provocatória, indignar (quem sabe se divertir) quem me rodeasse? Entre a diversidade de conceitos e pareceres que o eterno busílis concita, beijar e escrever, nesta relacionada vertente, têm para mim a mesma abordagem, moral ou imoral. Uma quadrazinha ilumina quanto baste a minha versão:
Uma pedra, uma flor,
O mais pequeno ser vivo,
Um pedacinho de amor,
Tudo-tudo é relativo!
As Hipóteses:
Retomando a lã à roca, se por minha exclusiva decisão afirmar aqui que a escrita de fulano é melhor do que a de beltrano, por ser tal fulano o que dentre os usuários mais seguia e preenchia o meu gosto e pendor literários, estarei, maugrado e de algum modo a ser injusto e até a perturbar, incauto ou propositado (eis a questão!), terceiros e quartos, inclusive a enciumar o ego de relações diletas ou inteletos que se presumam mais qualificados? É ou não é este um delicadíssimo dilema que se coloca a quem pretenda escrever com efetiva isenção e liberdade sobre os problemas da vida, enformem e apresentem eles seja que cariz for?
Outrossim, se – não o faria nunca intencionalmente no caso – colocasse subreptíciamente indirecta uma crítica ácida sobre um texto de Milene Arder, que espécie de indivíduo me revelaria perante o raciocínio coletivo da Usina? Pois... Porque disporia do e-mail para o fazer pela via particular e, como recurso também ainda restava a atitude frontalmente explícita, estaria sem mais a demonstrar hipocrisia total que inequívocamente, até sem o reconhecer, me revelava o carater. Mais uma quadrazinha ajuda a pôr mais luz na delonga:
Tudo merece desculpa
Com verdade e boa fé;
Afinal ninguém tem culpa
De ser aquilo que é!
A Objetivação:
Por esta e por muitas outras mais – como é soer sobrecarregar-se a expressão – sentindo-me pleno de teoria falhada em experiência prática, ora me revolto, ora me enterneço perante a inexorabilidade e a imponderação do procedimento humano que, afirma-se também com comprovados e estafados exemplos, é permanentemente suscetível de erro ou omissão.
Procuro desta forma esclarecer o bastante sobre a problemática ética da liberdade de expressão escrita que se coloca à Usina e aos Usineiros, intentando outro tanto dar conta clara da minha sensibilidade face à imbrógliada ambiência que grassa no mau sentido e é sempre negativa. Ainda mais quatro versos servem de ponte à minha intencionalidade.
Entre o que sou e não sou
Se o que sou não chegar
Mesmo assim ainda dou
Do que me possa faltar!
A Finalidade:
Como me confrange e suplícia o íntimo constatar alguns evitáveis desfechos, aqui estou eu, sem peias ou hesitação, a oferecer a mão à palmatória e a reconhecer o erro e a omissão que me cabem e me tocam, sem mais comentário algum para aventar justificação defensável. Entretanto, o tempo que aí vem demonstrará o tamanho e a espessura do véu da minha (in)dignidade.
Fundamentalmente – de corpo, alma e coração – me quero e quero Vocês bem no seio da lusofonia, todos sem excepção, com Movimento e, se possível, com Poesia, deus e deusa de minha preferencial eleição.