Muitas vezes, a similitude e proximidade entre o universo poético do escritor e leitor, desencadeia no leitor, sensações intrigantes ao traduzirem os seus anseios mais íntimos. Em muitos casos, propiciam a descoberta de emoções e sentimentos ocultos de si próprio.
Em minhas composições tento instigar o sonho, sim...assim, a linguagem,o apelo metafórico das imagens, o perfume das palavras, o som de cada letra ofertam-se prazerosamente a este fim...é isto que me proponho, quando escrevo: despertar no leitor os sentidos, a imaginação, a fantasia...e nas minhas entrelinhas, reservo espaço para que o leitor recrie comigo. É isto que desejo: sentir meu poema ser infinitamente reescrito pelos olhares que por ele deixam-se conduzir. Uma interatividade que anseia ser além da palavra por mim escrita. Penso que a poesia, além de acariciar os olhos, deve também afagar a alma.
Estimula-me este elo de cumplicidade que se estabelece entre autor e leitor...uma ligação secreta e, na maior parte das vezes silenciosa, onde códigos são estabelecidos e a entrega faz-se inevitável.
