SOBRE A VIDA ETERNA
No tempo em que o profeta Maomé nasceu, o rei Anoschirwan, o qual era também chamado de "o Justo" pelo povo, viajava por seus domínios. Numa colina ensolarada, ele avistou um venerável homem idoso curvado enquanto trabalhava duro. Seguido por seus cortesãos, o rei aproximou-se e viu o velho homem estava plantando muda de árvores com cerca de um ano de idade. "Que fazes aí?", perguntou o rei.
"Planto nogueiras!" respondeu o homem.
O rei espantado, perguntou-lhe: "Tu já estás com muita idade. Por quê planta muda de árvores das quais não verás as folhagens, sob cuja sombra não poderás descansar e cujos frutos não poderás saborear?". O velho homem olhou para cima e disse: "Aqueles que vieram antes de nós plantaram, e nós pudemos colher. Agora nós plantamos, para aqueles que virão depois de nós também possam colher."
A construção de uma história se faz ontem, hoje e amanhã. Não há vida se um destes três fatores for ignorado, eles se completam e se constituem mutuamente. Quando compreendermos esse dinamismo, provavelmente deixaremos de nos preocupar tanto com o futuro, ou lamentar tanto o passado. Assim, aproveitaremos mais o presente que se refletirá em uma história de vida mais rica e bela.
As interpretações dadas são algumas das inúmeras possíveis. Elas concordam com uma trajetória de vida particular. Cada leitor pode transformar essas histórias na lição que lhe couber, olhá-las de outros ângulos, compreendê-las como obras de arte, como miniaturas cujo significado não se restringe à interpretação psicológica (Peseschkian, 1999, p.45).