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Cartas-->CARTA PARA ELANE de Sônia Vasconcelos -- 04/03/2003 - 16:57 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Carta para Elane



Amiga,

Olhando a natureza preparar-se para receber a chuva, lembrei-me de você. Temos o mesmo gosto de terra, de chão de infância. A atmosfera mágica que precede a manifestação criadora da natureza nos encanta. É como um rosto feminino despedido de maquiagem e com o frescor da manhã. A preparação para a festa se faz sentir no ar que subitamente se carrega de vida úmida circulante. É algo naturalmente sensual. As flores se abrem despudoradas e as folhas dançam oferecidas ante a promessa de renovação. Tudo se parece com o seu rosto quando se ilumina diante da possibilidade do amor. Você, quando se deixa seduzir pelo amor fica assim, bela, como a natureza que se desvela sem as cores falsas emprestadas pelo sol

Por que você resiste tanto ao amor? Ele faz sofrer? Eu que o diga! Mas é ele que dá sentido à vida. Somos mulheres feitas para o amor que se completa no sexo oposto. Não conseguimos ser felizes de outra forma. É aceitar essa determinação da natureza e ser feliz, além e apesar de. Abra-se para a coragem de ousar! Imite a natureza. Ela não antecipa as conseqüências e goza o amor orvalhado ou tempestuoso que é promessa de vida, sempre.

Um beijo carinhoso,

Sonia Vasconcelos

PS**
A natureza se veste de gala

Quando o sol é escondido pelas nuvens

E a chuva se faz anunciar

No cheiro de terra molhada

Antecipadamente sentido



É o cio que antecede à criação

O alvoraçado vôo dos insetos

Que buscam a proteção de seus refúgios

O abraço da companhia cúmplice

Do aconchego a proximidade



Me deixo envolver pela atmosfera carregada de umidade

É um abraço doce de natureza sem maquiagem

Da força desnudada e livre da influência do sol

Que dá um colorido artificial ao mundo



O desejo de aconchego me contagia

Queria ter meu refúgio como os insetos

E aninhar-me no colo amante e amado

Para assistir à fecundação da terra

Feita pela água que penetra em suas entranhas

E gera vida nova de cores e promessas



A chuva não veio

Inútil foi o alvoroço dos insetos

Infrutífera a espera da fecundação

Frustradas as promessas de cores e vida novas



Você também não veio

Continuo só construindo minhas utopias

Na espiral da fumaça escrevendo meus desejos

Criando meus mitos

E acreditando que um dia

Eles possam sair do Olimpo

E caminhar seguros pelas academias de Atenas.






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