Quem és tu,
Ser magnético,
Que na calada da noite
Ouves meu grito
Meu apelo
E me consolas
Com palavras,
Com desvelo?
Nada precisas fazer, para ajudar-me:
O fato de existires já transborda
O vinho que minha taça perfuma
Com o buquê mais raro... refinado
Quero tomar-te a mão
Que não me alcança...
Será pelo jeito estabanado
Ou minha teimosia de criança?
Por que, ao tentar subir a escada,
Logo desisto
Vejo-me estagnada
E ao mínimo esforço esmoreço
Fico frágil... tão cansada?
Por que sinto em mim
Esta força gigante
E tão latente
Que aos outros reanima
E lhes penetra o coração?
Se eu mesma
Não consigo caminhar
Achar a estrada
E quando tento novamente
Olho à frente
Estendo minha mão...firmo o olhar
Tudo me foge...
Não há mais nada...
Se a Luz Maior está em mim
(E eu sei que sim...)
Por que, antes, não clareia
O meu caminho
Para que eu, firme, sem trevas,
Possa levá-la a outros
Em seu destino?
E por que percebes
Em meu grito
Que careço de amor
Se em mim
O amor se eleva
A todo instante?
Tanta razão de amores
Há por aqui...
Até sobejam flores
Anunciando frutos
Que em abundância
Se perdem, às vezes,
Por nem ter onde cair...
Quem és,
Anjo Divino,
Que a alma me trespassas
E meus lamentos vês?
Penetra mais além,
Vê nos meus sonhos:
Um Mundo Todo Azul
Que é melodia
E se desfaz em luz
Que pela fresta da abadia
Deste meu ser aflito
Entra em eflúvios bentos...
Não sofras assim por mim
Não mais...
Pois na ventura ausente
Que te traz
Docemente
Refulge a Magna Luz...
E num abraço ardente
Na linha do horizonte
Minha alma
A tua encontra
ETERNAMENTE...
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"Há amigos que surgem como raios de luz em abundância...
e só nos engrandecem... Mas, de repente, vão-se
como folhas no outono...