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Cartas-->Carta à mulher 08.03.03 -- 08/03/2003 - 19:37 (Fabricio Alves Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Feira de Santana, 08 de março de 2003

Mulher,


Hoje ninguém pedirá a completa feijoada de Chico
Hoje aquele “Fico!” de quem tu tanto amas
ficará mais eterno mais terno e mais seguro
Hoje um novo Porto Seguro e outra Santa Cruz Cabrália
se descobrirão para ti
Hoje roubaremos flores bem mais cedo
e muito mais flores se abrirão hoje sem medo sedentas de teu nariz

Hoje todos os homens apaixonados irão ao quadrado da paixão
Hoje em todos os lares não haverá brigas de amor
nem juras e intrigas e nem realidade
Hoje a vaidade de todo homem é ser patético
não fazer nenhum rodeio e dizer “te amo!”

Hoje! Impreterivelmente hoje não haverá sexo para a feminista
e as palavras na lista poética não se alistarão
sem seu soldo e uma boa entrevista
Hoje em todas as ruas diante da lua crescente
haverá um doente pedindo mulheres e um machista pedindo perdão

Hoje às vinte horas e quinze minutos Fátima Bernardes será uma deusa
e William Bonner não a beijará ao vivo,
mas para alívio geral do dia oito de março
todo o embaraço será perdoado
na novela mais bela das oito.

Hoje só tem quem tem que dizer: “Mulher!”
e no púlpito das igrejas o “É!” da vida
responderá pelo nome de Gênesis 1,27
E os pivetes dos centros urbanos hoje não usurparão as bolsas douradas
e as mulheres verdadeiramente apaixonadas
não se entregarão hoje por nada

Hoje as reuniões democráticas
e os movimentos civis mais descarados terão tema definido
enquanto a Vênus de Boticelli sofrerá um rapto
e a poesia de Neruda ganhará os terabytes do correio eletrônico

Hoje é definido o desvalor de um homem
e é decretado por ele mesmo o infinito amor que lhe consome
Hoje a antítese desta história não se fará barroca
pra que um homem jure amor eternamente de Feira até Atenas
enquanto antenas de rádio e de TV captarão para você, mulher,
zil beijos de ondas médias.

Hoje enfim a média mundial na produção econômica de espermatozóides
baterá a safra recorde do milênio
e milhares de zilhões de gametas estarão desempregados à luxúria da vida
Mas nada será perdidamente inválido!
Porque hoje, independente da vontade de tudo e de todos
e das coisas que fazem lembrar e atrasar uma jura de amor
não porque queiras tu ter
mas porque tens o querer
e coincidentemente, isto é, vinicianamente
porque hoje é sábado.


Com o coração aberto em chamas,
Fabricio Alves Reis

Poesia parida na data supra citada e publicada em vários sites.
© Direitos autorais registrados para Fabricio Alves Reis.
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