Já que o colega Dom Kless não consegue falar de outra coisa que não seja lançar ataques ao socialismo, vou aproveitar o tema para expressar minhas opiniões acerca desse tema.
A primeira vez em que tomei contato com as idéias marxistas foram em 1989. Eu contava então com quinze anos. Desde então eu me considero um marxista. Não daqueles radicais, que defende o marxismo com unhas de dentes. Não, não! Sou do tipo crítico. Não pertenço àqueles que acham que Marx e os marxistas históricos estão sempre com a razão.
Todavia, como a maioria dos jovens que se tornam socialistas, eu também, nos primeiros anos de minha juventude, sonhava com uma revolução mundial que fosse capaz de substituir o capitalismo pelo socialismo. Achava também que, se Lula fosse eleito em 89, implantaria o socialismo aqui no Brasil. Mas isso tudo não passava empolgação de adolescente. Se tivesse a experiência e o conhecimento que tenho hoje, teria visto o quanto aqueles sonhos não tinham o menor fundamento. Isso, porém, deve ter passado pela cabeça de muitos jovens assim como eu. E é bem provável que muitos daqueles jovens não simpatizam mais com o marxismo e tenham se tornado antimarxistas.
Hoje, eu me sinto feliz de não pertencer àqueles que não abandonaram suas convicções por conveniência e por acreditar que, apesar dos seus erros – afinal o capitalismo já cometeu muito mais ao longo de sua história –, ainda continuo a achar que o socialismo é preferível ao capitalismo – pelo menos a esse capitalismo que aí está –; mas, ao mesmo tempo, me sinto triste em ver pessoas, como alguns de nossos colegas, nutrirem um ódio tão profundo ao socialismo.
Sinto-me triste não por preferirem o capitalismo ao socialismo, mas por causa desse ódio que os impede de ver o lado bom do socialismo. Um ódio que os cega, que faz com que a visão só os permite enxergar aquilo que querem ver. E isso não é bom, nem para eles e nem para ninguém.
Mas quem sou eu para tirar o tapa-olho dessas pessoas. Confesso que já até tentei, mas foi inútil. A cegueira é patológica. Outros também o tentaram e não conseguiram. Infelizmente só nos resta lamentar por esses pobres coitados. Dizem que pessoas que se alimentam de ódio nunca são felizes e são resultados de algum tipo de frustração. Se isso é verdadeiro, só me resta torcer para que essas pessoas, um dia, percebam que o ódio só os faz cair no ridículo. Não é por acaso que muitos colegas não os levam a sério.