Lamento... O que é que lamento? Poderei lamentar o que as multidões lamentam, sempre que me distraio e me envolvo na corropio anódino do "senso-insenso" que sistemáticamente me tropedeia os quotidianos e cada vez mais se adensa acinzentando-me o decurso dos derradeiros dias, o "um-quarto" final que mal-grado não completarei ou quiçá até logre ultrapassar. Lamento o "Bushaddam", pudera, submetido à atmosfera que há milénios carrega o espólio encefálico das mentes coitadinhas. Ou... Nada lamento, logo que estou ou me imagino grão de qualquer coisa em plena seara vivencial e observo o inevitável destino da ordem natural de todas as essências, boas ou más, belas ou feias, úteis ou inúteis.Encaro então o "Bushaddam" como necessária e incontornável debulhadora. Os raciocínios fascinam-me tanto como tanto os abomino. O trânsito dual do bem e do mal atravessa-me a mente, ora em enlevante atracção, ora em insuportável repulsa. Não consigo impor ao pensamento "interesse-indiferença" com razoável equilíbrio. O balanço oscila abrupto entre a profusão de sentimentos que me inundam. O fingimento hipócrita, atitude prática dos sábios do dia, não me satisfaz e inquieta-me, intranquiliza-me, pois logo e sempre que o uso sinto-me mal e indisponível. A ideia de igualdade, as variedades da inteligência, a democracia política, as religiões, os dogmas, o espírito humano e todo o problemático imbróglio que enforma o indeterminado busílis da humanidade, preocupam-me e colocam-me face ao deslumbrante desejo de descortinar a areiazinha, a peçazinha, o átomo emperrante que colocado em seu sítio provocaria a harmonia total entre os humanos, espécie de "impossível-possível" que sinto pairar em contínuo vai-vem, perto e distante, aproximando-se ou afastando-se. Perante a Usina, à vista de quem quis ler e seguir as peripécias da experiência, acabei o estudo sobre a cobaia que empenhadamente tentei erguer, pelo sonho, além do sonho, em ensaio virtual, mas que, se real tivesse sido, resultaria em desfecho idêntico. Resultaria?!... Faltou-lhe a alquímica evidência do face a face, do pele a pele, da luz dos olhos nos olhos. Outrossim, no laboratório de lá, talvez a cientista estivesse operando sobre cobaia branca que pouco a pouco foi enegrecendo. Lamento pois o quê, Senhor Waldomiro? Lamento que o vento traga sempre o que leva... Torre da Guia |