A voz de minha mulher, dando-me BOM DIA e desejando um bom dia de trabalho, logo ao amanhecer. É saudade!
A voz do primogênito, pelo celular, na estrada, querendo saber de todas as notícias daqui de Brasília. É saudade!
A vozinha do meu neto, do outro lado da linha, respondendo à pergunta de minha filha: onde está o vovô? Tá láaaaaaaa! Parece que vejo a mãozinha gorducha apontando para o alto, assim meio por trás da cabeça. É saudade!
A voz do outro neto, Rondinho, dizendo:
Que pena, vovô que o senhor não pode vir hoje à noite para o aniversário do Pedro. É saudade!
A voz de minha filha, contando as novidades do Ronald Neto. É saudade!
A voz do filho caçula, dando conta que chegou bem, vindo de tão longe, depois de tantos exames, para ficar um tempo em nossa terra. É saudade!
Meus pais me abençoando, desejando melhor para mim. É saudade!
O mar visto da minha varanda, as velas ligeiras virgulando no horizonte, o céu de anil da minha terra, o mar verde e inquieto, o coqueiral farfalhante ao vento, o cheiro incnfundível da maresia. É saudade, é pura saudade.
E eu aqui, distante e sozinho, vivendo das lembranças, das vozes, do amor dos meus entes queridos...A saudade, pura saudade, embalando o ritmo dos meus dias...