| O MURO DAS PROVOCAÇÕES...
Relíquia única, exclusiva memória do último templo, o célebre Muro das Lamentações, também muito conhecido por "Muro Ocidental", é o lugar mais sagrado e venerado pelo povo judeu.
O aludido muro, mandado construir pelo famigerado Herodes ao redor do ano 20 aC., é tão só uma pequena parte da muralha que em princípio foi erguida, imagine-se com que suores e sangues vertidos, para cercar e proteger o segundo Grande Templo.
Traduz-se que Tito, adiante 70 anos da vinda do Messias, quando comandou a destruição da cidade, deixou ao alto o pequeno pedaço existente, sustentado em enormes blocos de pedra, para mostrar e exemplificar aos vindouros quanto valiam os soldados romanos, capazes de demolirem o resto da gigantesca obra contra a qual se bateram e venceram.
Durante a vigência de Roma a entrada dos judeus na cidade de Jurusalém era rigorosamente interdita. Apenas no início do domínio bizantino lhes foi permitida uma visita anual pelo aniversário da destruição da muralha, altura em que lamentavam a impetuosa dispersão das suas gentes e choravam os mortos sob as ruínas do Templo.
Daí o nome do que resta, Muro das Lamentações, cujo uso e costume se manteve e prevaleceu no decurso dos séculos até aos nossos dias. O acesso ao concorrido Muro foi novamente proíbido aos judeus entre 1948 e 1967, uma vez que se encontrava na parte da dividida cidade pertencente à Jordânia.
Após a surpreendente "Guerra dos Seis Dias", o Muro transformou-se em local sagrado e de jubiloso culto religioso, bem como símbolo de orgulho nacional. E porque tomei eu algum tempo a pesquisar o essencial sucinto sobre a história do Muro das Lamentações? Agora que domino sem hesitação o paradigmático imbróglio da Usina de Letras, na devida proporção - claro - ocorreu-me relacionar a lamentação do lato cariz que a realidade intui e aparenta na virtualidade. Lamentantes, insultantes, ignorantes obsessivos, militantes da maldade encapotada que apregoam a fé mas não se coíbem de pisarem o próximo permanentemente, de gozá-lo, de vexá-lo, de se darem ao gáudio de amesquinhar quem lhes passe sob a vista, impelindo-o à réplica pela provocação e removendo esta logo que presumem ter logrado a vítima. No Muro das Provocações sobressai entretanto a novidade hodierna nunca consentida na condução das cerimónias religiosas judaicas: as operações de rebaixamento são conduzidas por uma usinal sarçadotisa! Por isso mesmo não há tranquilidade literária na Usina de Letras, o que até parecece ser uma benção do Deus de Israel para provocar o movimento e a poesia... Arre... Chiça! Torre da Guia |