Constância absoluta... Que a pouco e pouco se vai esgotando porque as palavras matam sedes e secam como as fontes, palavras que para voltarem de novo procuram outras rotas nos céus e refrescam límpidas as ansiedades da inocência.
Diz-se das límpidas vertentes das fontes que quem as suja é quem lá vai, tantas das vezes com indiferença errante, sem raciocínio abrangente e capaz de preservar o ciclo perfeito da natureza, das coisas, de tudo que somos face à imensidade simples que nem tempo algum se perde a lobrigar.
Volta e mais volta, astros ímpios com pensamento, olhos nos olhos com a realidade que nunca é com cada qual. O raio fulminará sempre alguém que não nós, nunca nós em sucessão a entrar pelo portal do imprevisto-previsto, sempre o outro e cada vez mais o outro.
Nos funerais passo mais de cem vezes a mão nervosa na gravata para estreitar-lhe o nó enquanto ouço os outros assistentes dizendo piedosamente que não somos nada... Nada... Nada! No outro dia o tudo está de regresso até um próximo nada que foi carta com palavras concretas que se dobraram e desdobraram milhares e milhares de vezes.
E lá se foram as cartas e as palavras...
Torre da Guia
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