Já tinha passado dos quarenta anos, quando eu vivi o meu primeiro conto de fadas.
Neta de orientais, ela era a minha amiga*.
Era uma mulher doce, amante e bela. Dela o carinho fluía como um rio de águas claras.
Ela vencia – o meu temor de um passado – amava e era a mais forte.
À frente de um portão, de barras finas paralelas, com pontas de ferro por toda a extensão.
Um portão de cor cinza – com tom de pedra gasta – era o palco em que o príncipe (eu) encontrou a SAPA.
Olhei à sua delicadeza e flui:
- você parece uma SAPA
- SAPA ? ela falou interrogativamente.
-Sim SAPA... minha amiga* que virou sonho.
SAPA do meu Conto de Fadas – eu vivo esse sonho, e só você pode ser nele a SAPA.
Sou filho de plebeu, filho de rei me faço nesse conto mágico.
Eu canto e conto do meu amor de príncipe por uma SAPA oriental.
(*) com o sentido dado pela Nomenclatura Poética Medieval
ver: apostila CPV vestibulares FGV – LITERATURA (1990)