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Contos-->Um pai maldito -- 05/03/2004 - 22:02 (CARLOS CUNHA / o poeta sem limites) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos





Um pai maldito









Dos seus olhos rolaram lágrimas com o mesmo brilho orvalhado, encontrado em uma pétala de rosa branca, sob o refletir de um raio de sol matinal.
A dor que atingia o seu peito era dilacerante. Ela era apenas uma criança inocente, mas sabia o quanto tinha sido aviltada e que a sua vida estava marcada para sempre.
Nunca tinha deixado de amar o seu pai. Mesmo quando ele estava embriagado, e ficava brutal, ela o perdoava pelas atitudes que tomava. Quando via ele bater em sua mãe, quebrar os poucos pertences que tinham, desrespeitar a elas, e a si mesmo, gritando palavrões horríveis ela não tinha raiva dele, só ficava magoada e sentia pena de todos naquela casa humilde.
A dor que sentia nessas horas era enorme, mas o amor que tinha por seu pai era muito maior. Fazia com que ela o aceitasse da maneira que era e, mesmo quando seu coração era machucado por ele, não deixava nunca de pedir a Deus que o protegesse.
Mas ele conseguiu destruir esse amor que ela sentia, tão grande que só é capaz de nascer no coração de uma filha, e transforma-lo em ódio.
Teve um dia em que ela passou a odiá-lo calada, e suportar a sua dor, para proteger a sua mãe, só que naquela hora ela não pôde mais e teve de fazer aquilo.
Chorava silenciosamente e as lágrimas escorriam por seu rosto, mas além da dor que sentia ela era atingida por um grande sentimento de alívio. Estava livre dele e sua irmãzinha não ia passar pela mesma humilhação, sentir o mesmo desespero e a dor que ela sentia.
O amor que sentia morreu, dando lugar ao ódio que tinha pelo pai, no dia em que ele a chamou:

- Filhinha vem cá. Senta aqui no meu colo pra mim te falar uma coisa, seu pai lhe disse, mostrando as pernas para que ela sentasse nelas.

Ela só tinha doze anos e, sem ver maldade alguma naquilo, sentou-se no colo do pai. Ele, completamente bêbado, falou para ela com sua voz mole:

- Você está ficando grandinha, tem de começar a ser boazinha pro papai.

Enquanto dizia para ela, com a voz de engrolada, essas palavras ele começou a passar uma de suas mãos na perninha magra dela e colocou a outra sobre o minúsculo peitinho que ela tinha e começou a apertar.
Ela ficou desesperada e começou a chorar e dizer enquanto tentava empurra-lo:

- Não pai, não. Não faz isso. Me larga pai, eu vou contar pra mãe quando ela chegar.

Ele deu um tapa no rosto de sua filha e ela caiu estendida no sofá. Enfiou o braço sob o seu vestidinho e rasgou a calcinha dela. Colocou a mão na boca dela, para que não gritasse, e falou:

- Cala a boca menina. Se você falar pra sua mãe eu bato nela. Fica quietinha que eu não vou te machucar.

Deitou-se sobre a criança e forçou para que ela abrisse suas perninhas magras. Abaixou as calças e penetrou o seu pênis na vagina pequena e com poucas penugens que ela tinha.
Um grito de dor foi abafado pela mão que sufocava a boca da pobre criança. Lágrimas escorreram pelo rostinho dela e nesse momento ela passou a odiar o pai.




Quando sua mãe voltou encontrou o marido desmaiado no sofá, com uma baba gosmenta escorrendo da sua boca, e a filha chorando. Perguntou pra ela por que chorava e ela não contou o que acontecera. Disse que chorava porque estava triste por ver o pai bêbado daquele jeito. Não podia contar para a mãe o que tinha acontecido porque se contasse o pai ia bater nela.
Depois desse dia, sempre que sua mãe saia o pai a procurava. Deixava que o pai fizesse aquilo com ela para protege-la, mas o seu ódio por ele crescia dia a dia. Quando aquele animal a deixava ela ia correndo pro banheiro onde vomitava e soluçava durante muito tempo.
A mãe quando voltava para casa, encontrava sempre seu marido dormindo desmaiado e sua filha triste e calada.




Essa menina tinha uma irmãzinha mais nova, por quem tinha verdadeira adoração. Um dia, quando sua mãe saiu, ouviu o seu pai dizer para ela:

- Filha vem comigo, vamos subir até lá no quarto que eu quero te mostrar uma coisa.

Ela ficou horrorizada quando viu os dois subirem a escada e pouco depois foi atrás deles. Quando abriu a porta do quarto, no qual eles tinham entrado, viu a irmã deitada na cama chorando, com o pai sobre ela tentando estupra-la.
Sem pensar no que fazia ela pegou uma tesoura, que estava sobre a cômoda, e enfiou ela nas costas do pai.




Pronto, tudo estava acabado. Aquele maldito monstro não faria mais mal a ninguém. Ele tinha desgraçado a vida dela, mas ela não podia deixar que ele fizesse o mesmo com a sua irmãzinha.
A criança ao mesmo tempo em que chorava, pedia para que Deus lhe perdoasse o que tinha feito e pelo grande alívio que sentia, mas tinha sido necessário.




CARLOS CUNHA







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CARLOS CUNHA/o poeta sem limites

dacunha_jp@hotmail.com





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