Escureceu rapidamente. Escancarou-se a boca da noite. Sombras ligeiras desceram a cortina do dia e mandaram o sol descansar nos longes do poente.
O grupo esgueirou-se, escalou os muros, penetrou naquela propriedade desguarnecida e começou a causar danos irreparáveis: cortaram fios, danificaram cercas, carregaram objetos, revolveram a terra, pisaram nas flores do jardim, escreveram imoralidades nos muros e saíram dali tão sorrateiramente quanto haviam chegado.
Lá dentro da casa afastada dos muros, ignorando tudo quanto havia sido praticado, os moradores, ao redor da mesa do jantar, comentavam os sucessos do dia, trocavam experiências, agiam como as famílias antigas.
Quando amanheceu, voltando as luzes, descobriram a invasão e os destroços deixados e os destroços deixados pelos bárbaros.
Pensaram em chamar a polícia, mas logo se arrependeram: e se a polícia estivesse envolvida? Quem poderia lhes garantir uma imparcialidade nas investigações. E se fossem perseguidos e incriminados? Os tempos andam difíceis, há vigias disfarçados rondando por todos os quadrantes da cidade.
Preferiram calar a voz, aguentar o tranco firmemente, pagar para ver.
Na outra noite, na mesma hora, eles voltaram.
Procuram se espalhar e tentaram arrombar a porta da frente da moradia.Porém, foram recebidos a bala. E fugiram apavorados. Nunca mais retornaram, mas a vida daqueles moradores, em sobressalto, nunca mais foi a mesma.