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Contos-->A história do amor -- 08/06/2004 - 23:33 (CARLOS CUNHA / o poeta sem limites) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






A história do amor


Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da Terra. O Aborrecimento havia reclamado pela terceira vez que não suportava mais ficar à toa e a Loucura, como sempre louca, propôs-lhe:

- Vamos brincar de esconde-esconde?

A Intriga levantou a sobrancelha intrigada e a Curiosidade, sem poder conter-se, perguntou-lhe:

- Esconde-esconde? Como é isso?

- É um jogo, explicou a Loucura, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.

O Entusiasmo dançou seguido pela Euforia. A Alegria deu tantos saltos que acabou convencendo a Dúvida e até mesmo a Apatia, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar. A Verdade preferiu não esconder-se. Para quê, se no final todos a encontravam?
A Soberba opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a idéia não tivesse sido dela) e a Covardia preferiu não arriscar-se.

- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a Loucura.

A primeira a esconder-se foi a Pressa, que como sempre caiu tropeçando na primeira pedra do caminho. A Fé subiu ao céu e a Inveja se escondeu atrás da sombra do Triunfo, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A Generosidade quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a Beleza; se era a copa de uma árvore, perfeito para a Timidez; se era o vôo de uma borboleta, o melhor para a Volúpia; se era uma rajada de vento, magnífico para a Liberdade, e assim, acabou escondendo-se em um raio de Sol.
O Egoísmo, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início, ventilado, cômodo, mas apenas para ele.
A Mentira escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e o Desejo, no centro dos vulcões. O Esquecimento, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é importante. Quando a Loucura estava lá pelo 999.999, o Amor havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre as suas flores.

- Um milhão, contou a Loucura, e começou a busca.

A primeira a aparecer foi a Pressa, apenas a três passos de uma pedra.
Depois, escutou-se a Fé discutindo com Deus no céu sobre zoologia.
Sentiu-se vibrar o Desejo nos vulcões. Em um descuido encontrou a Inveja, e claro, pôde deduzir onde estava o Triunfo.
Egoísmo, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas. De tanto caminhar, a Loucura sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a Beleza.
A Dúvida foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem se decidir de que lado esconder-se. E assim foi encontrando todos. O Talento, entre a erva fresca; a Angústia, em uma cova escura.
A Mentira, atrás do arco-íris (não, mentira, ela estava no fundo do oceano); e até o Esquecimento, para quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o Amor não aparecia em nenhum local. A Loucura procurou atrás de cada árvore, embaixo de cada rocha do planeta, e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o Amor nos olhos.
A Loucura não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia. Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na Terra, o Amor é cego e a Loucura sempre o acompanha.



a.d.






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CARLOS CUNHA/o poeta sem limites

dacunha_jp@hotmail.com









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