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Contos-->Doroti criou juizo (IMPRÓPRIO P/ MENORES) -- 19/02/2005 - 20:21 (CARLOS CUNHA / o poeta sem limites) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos











IMPRÓPRIO PARA MENORES







Doroti criou juizo

- Você vai sair de novo está noite Doroti? Sua mãe perguntou cheia de preocupação quando viu que ela se arrumava em frente ao espelho.

- É lógico que vou mãe. Hoje é sábado e a senhora não quer que eu fique dentro de casa que nem freira quer?

- Mas minha filha, você sai todo dia e não tem hora pra voltar. Eu e seu pai estivemos conversando sobre isso e estamos muito preocupados.

- Para com isso mãe. Eu já não sou mais criança e não vejo o motivo pra vocês se preocuparem. Não to fazendo nada de errado não. Eu só saio e vou a um barzinho bater um papo e ouvir um pouco de música. É tudo gente da faculdade e a senhora sabe que eu escolho as minhas amizades.

- É claro que eu tenho que me preocupar, afinal eu sou a sua mãe. Não sei quem são esses seus amigos e você é muito nova pra fazer o que bem entende e chegar em casa a hora que quer.

- A mãe, que saco. Todo dia vem com a mesma lenga lenga. A senhora quer o que? Que eu viva a minha vida dentro de casa? Eu já sou grande o suficiente pra saber o que faço. Eu vou indo e vê se não se preocupa. Vou me encontrar com a Claudete pra gente ir numa festa. Não fica me esperando que eu venho tarde.




Doroti pegou a sua bolsa, deu um beijo na mãe e saiu. A velha, como sua filha a chamava, a viu sair e balançou a cabeça, enquanto pensava cheia de preocupação. "Espero que Deus proteja essa menina. Foi só entrar pra faculdade e pensa que pode e sabe de tudo. Ela nem imagina como a vida é perigosa pra uma mulher nova como ela. Acho que errei na maneira em que a eduquei".




Meia hora depois Doroti estava sentada na mesa de um barzinho conversando com sua amiga Claudete:

- Olha Claudete, eu não agüento mais a pressão lá em casa. É só cobrança dos velhos o tempo todo. Acho que eles pensam que ainda vivemos no tempo deles. Tenho que dar satisfação pra tudo ou então é o maior enchimento de saco.

- Liga não Dodô, com os meus pais é a mesma coisa. Eles não entendem que a gente cresceu e precisa de liberdade pra viver a nossa vida. A gente vai ficar velha e eles vão continuar nos tratando que nem criança.

- Ta legal. Eu entendo que eles se preocupem comigo porque gostam de mim, mas que enche o saco enche.

- Mas nós vamos fazer o que? Eles são nossos pais e temos que agüentá-los. Agora vamos falar de outra coisa. Você vai à festa que eu falei quando te liguei de tarde?

- Dois meninos do segundo ano de biologia. Os dois são lindos de morrer. Eu os conheci naquela festa no sítio do Claudinho naquele fim de semana que você tava na praia. Olha eles ai.

Doroti olhou pra porta do bar e viu dois rapazes que chegavam. "Eles são lindos mesmo" ela pensou enquanto eles se aproximavam.
Eles chegaram até a mesa, um deles deu um beijo no rosto de Claudete e perguntou se fazia muito tempo que elas estavam esperando. Ela disse que não, que tinham acabado de chegar e apresentou Doroti a eles que se sentaram também, para beber alguma coisa.
Papo vai papo vem ás horas passaram e eles consumiram um monte de bebidas. Já era bem tarde quando um deles falou:

- E então vamos até a festa? Essa hora a moçada toda deve estar lá.

- Vamos sim, a pergunta foi respondida por todos.

Saíram do barzinho, entraram em um fusquinha que estava estacionado na frente e se dirigiram para a festa. Quando estavam lá perto, e passavam por uma rua de pouco movimento, o rapaz que dirigia encostou o carro em um lugar pouco iluminado. Tirou um embrulho do porta luvas, feito com jornal, e falou:

- Vamos fumar um antes de chegar lá, assim a gente já chega de cabeça feita.

Abriu o pacote e nele havia um monte de maconha. Pegou uma "seda", enrolou um "baseado" e começaram a fumá-lo. Tinham fumado a metade dele quando dois faróis ofuscaram o veículo em que se encontravam. Não tiveram tempo de nada, era uma viatura da polícia civil e eles foram abordados por ela.
Os policiais os levaram até uma delegacia de polícia, onde foram autuados em flagrante de drogas e encarcerados. As meninas foram levadas para a ala feminina, onde eram detidas as mulheres. Colocaram-nas em uma cela onde estavam mais quatro prisioneiras. Assim que nela entraram ficaram apavoradas com as expressões que viram nos rostos daquelas mulheres que lá estavam. Uma delas olhou-as e falou:

- Sejam bem vindas meninas. Vocês parecem que estão assustadas. Não precisa ficar não que aqui só tem gente boa. Tenho certeza que vão adorar isto aqui.

As outras deram uma estrondosa gargalhada, deixando as duas apavoradas e sem saber o que fazer. Disseram a elas que ficassem a vontade e começaram a enchê-las de perguntas.
Elas respondiam, ao que lhes era perguntado, e a cada momento sentiam-se mais amedrontadas naquele lugar aterrador, presas nele com aquelas quatro mulheres desconhecidas e de aparência belicosa. Uma delas as deixou, conversando com as outras, e foi até ao lado da grade da cela onde chamou uma pessoa:

- Damião, da um pulo aqui que eu quero falar com você.

- Que é que você quer? Falou-lhe o carcereiro que atendeu o seu chamado.

- Toma, ela disse baixinho pra que só ele escutasse enquanto lhe passava uma nota de cinqüenta reais entre as barras de ferro. Você vai estar de plantão esta noite e não vai escutar nem ver nada por aqui, falou?
-
Que é que você vai aprontar desta vez sua coruja velha? Vê se não arruma pra minha cabeça senão você se arrepende, ele falou enquanto colocava o dinheiro no bolso da calça. Voltou para a mesa em que estava sentado, quando foi chamado, para passar o tempo correndo o olhar por um jornal datado de uma semana atrás.




Escureceu. As mulheres que lá se encontravam com elas foram se deitar e elas sentaram-se em um canto da sela, onde ficaram acordadas e cheias de terror. Algumas horas depois, quando o silêncio ali dentro deixava o lugar mais apavorante, uma das mulheres levantou-se de seu catre, chegou até elas e disse para Doroti.

- Você foi á premiada. Vai até lá que ela quer falar com você, disse apontando um dos catres.

Pegou Doroti pelo braço e a puxou enquanto as outras duas mulheres seguravam a Claudete e tampavam a sua boca. Ela foi levada com rudez até o canto, onde a mulher que havia conversado com o carcereiro estava esperando por ela, e obrigada a sentar-se antes que quem a levou até ali se afastasse.
Morrendo de medo e completamente indefesa Doroti a ouviu lhe falar:

- Fica fria menina que eu não vou te fazer mal não. Só quero que você seja boazinha pra mim que ai nada de ruim vai acontecer.

- Mas dona, o que a senhora quer de mim? Não judia de mim não.

- Lógico que eu não vou judiar de você. Só quero te fazer carinho e deixar você feliz. Vem, me da um beijo, ela falou tentando abraçar Doroti.

- Pelo amor de Deus, não faz isso comig...

A suplica que Doroti, se esquivando do abraço, começou a fazer em voz alta e desesperada, foi cortada com um tapa de mão aberta que a mulher desferiu em seu rosto enquanto dizia:

- Cala a boca sua vagabundinha. Aqui ninguém entra sem fazer o que eu quero. Ou você me obedece ou eu te machuco bastante.

A mulher, que estava sem calcinha, ergueu a saia de tecido barato que usava e pegando Doroti pelo cabelo a forçou pra que ela colocasse a cabeça entre suas pernas. Começou a esfregar o rosto dela, que chorava desesperada, em sua vagina e a dizer pra ela:

- Chupa sua vaquinha. Vamos lambe se não eu te corto todinha.

Doroti sentindo uma dor enorme na cabeça, que tinha os cabelos quase arrancados, obedeceu à mulher. Com o rosto todo molhado pelas lágrimas que escorria, da dor do seu desespero, ela lambeu aquela buceta peluda que ficou melada com o contato de sua língua.

- Assim... Assim... Chupa menina, chupa que é gostoso, a mulher falava e aumentava a força que fazia ao puxar os cabelos de Doroti.

Ela pegou a pobre moça pelo pescoço, jogou-a deitada no catre e começou a tirar a sua roupa com brutalidade. Deixou ela nua e chamou uma de suas amigas:

- Pega um trapo pra enfiar na boca e segura essa vaquinha.

Com ela impedida de gritar, tendo um pano enfiado na boca, e segura por uma das mulheres, aquela megera sem alma que a violava beijou e lambeu todo o seu corpo. A forçou a abrir as pernas e começou a chupá-la.
Claudete assistia tudo imobilizada, até o momento em que desmaiou vendo a violência a que sua amiga era submetida. Quando voltou do desmaio sua amiga, já novamente vestida, chorava sentada em um canto e as outras dormiam como se nada tivesse acontecido.
Pela manhã um advogado enviado pelos pais delas relaxou o flagrante, no qual tinham sido autuadas, e as levou para casa.
Não contaram a ninguém a violência a que tinham sido submetidas, por sentirem vergonha do que aconteceu e pelo pavor que tinham daquela mulher que mesmo estando ausente de suas vidas era por elas temida como se estivesse ali ao lado.
Doroti parou de sair á noite com os amigos. Vinha da faculdade para casa onde passava a maior parte do seu tempo estudando ou ajudando a sua mãe, que feliz com o comportamento da filha comentava com o marido:

- Você viu querido a mudança que ocorreu no comportamento da nossa filha? Acho que foi até bom ter acontecido aquilo com ela. Ajudou a menina a criar juízo.

Pobre mãe, não pode nem imaginar o preço pago e a dor sentida, por sua filha, para que aquela mudança ocorresse.







CARLOS CUNHA : produções visuais






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