Não faz muito tempo atrás que veio ao mundo uma menina. Logo assim que nasceu todos notaram como era grande a sua beleza. A linda menina, misteriosamente, não abria os olhos. Seus pais só não ficaram mais espantados porque a linda menina sorria insistentemente, como que dizendo a todos como estava feliz por vir a esse mundo.
Estranhamente, naquela noite as estrelas estavam d mesma cor, uma cor diferente, um azul nunca visto. ficaram intrigados astrônomos e poetas: De onde viria tanta luz e qual o motivo daquela unanimidade ?
A criança, indiferente a tudo, continuava sorrindo como que prevendo algo de bom. Não muito longe dali duas borboletas coloridas, as mais felizes dentre as borboletas, embriagvam-se do néctar das flores de um grande jardim. Quando as duas pousaram na mesma flor, uma grande rosa branca, situada no meio do jardim, algo aconteceu. As estrelas luziram tanto, mas tanto, que a rosa rapidamente tornou-se azul. O seu néctar ficou então mais doce. As borboletas só ficaram satisfeitas quando acabaram com o mel da rosa (agora) azul. Embriagadas, mas sabendo muito bem qual direção deviam tomar, voaram em tom de brincadeira, ziguezagueando, ao local em que estava a linda menina.
Aproveitando-se que todos estavam dormindo, cada borboleta, agora também azul, pousou em um dos olhos da garota que dormia com um sorriso no canto dos lábios. E, talvez, por meio de um beijo, transpuseram para os olhos da menina todo o azul que puderam.
Assim que amanheceu, naquela manhã cinzenta, a menina lentamente abriu os olhos. De súbito um azul tomou conta do local. Cortinas, lençóis e tudo mais, inclusive os olhos das pessoas que estavam ao redor da recém-nascida, tornaram-se, por alguns segundos, azuis, azuis e azuis.
E, não se sabe o por quê, alguém resolveu abrir a janela. Foi quando o céu foi tornando-se azul, como se fosse um céu de primavera.
Hoje, essa garotinha já é uma mulher, porém ainda com aqueles olhos de menina.