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Contos-->AMOR NÃO DÓI -- 09/01/2001 - 10:15 (Mario Jacoud) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A quatro mãos com a parceira e amiga MARIA ODILA

O PAI
“Tres meninos, mulher, e os tres juntos não dão o trabalho que essa menina dá. E não me venha com essas coisas de idade. O que ela come não chega para alimentar o canário, cada dia mais magrinha, nem as vitaminas da farmácia deram jeito. Na escola só notas baixas. Pudera, os livros estão até amarelando e ela nem abre. Duas vezes você já foi chamada, ainda se fosse pelas notas, mas não, chamada por comportamento. Para explicar o que nem sabe, porque se soubesse dava jeito. Falta de conversa? Comigo não fala. Fale você com ela, você é a mãe, pode ser dessas coisas de mulher. Comigo tem vergonha., a danada. Aproveite e fale do namorado, esse sujeito que anda rondando por aqui, o do cabelo espinhado e brinco. Pode ser má companhia. Se for, pela primeira vez vou dar umas palmadas, para doer mais no juízo que no traseiro. Veja como anda, como se veste, sair assim, como se não tivesse vergonha. Viu na praia? Quase nua. E você nem para chamar a atenção. Fale com ela, se precisar leve ao médico”.

A MÃE
Quem me dera só tivesse filhos. Como falo com a menina das coisas? E agora ainda me vem com namorado? De brinco? Minha Santa Joana. O que vai acontecer com minha filhinha? “Filha, vem cá que a mãe quer falar com você. Sabe da vida, filha? As coisas da vida? Aprendeu na escola? O que ensinaram? É mesmo? Tudo isso? Mas sou sua mãe e quero falar. Filha, sabe, a mulher...o que? Sabia disso? Mas o que não ensinaram na escola? Isso é coisa de mulher da vida. Prazer? Gasmo? Ah, tá errado? O que é? Orgasmo? Mas o que você tá me falando, filha? Você só tem quinze anos. Eu e seu pai? Isso nem se pergunta... Tou ficando cansada. Vou levar no doutor. Só digo uma coisa, filha. Amor não dói, amor vem do céu”.

O DOUTOR
“O estetoscópio tá geladinho”? Ai, meu Deus, como ela faz gostoso, retraindo o peitinho quando encosto o instrumento. “Respira com força, inspira, expira”. Vem para mim, volta, provoca, vem, retrai, biquinho, frio ou quente? Tosse. Seca. Fuma. “Abre mais um botãozinho , vamos ver essa tossinha, inspira, prende o ar”. Dai-me forças, Jesus. Parece saltar. “E essa pinta no pescoço? Deixa ver de perto, é bom examinar”. Lisa, macia, perfume, vira o rosto. Um sorriso? Será?. “Abre a blusinha, mais um pouco só, isso, prende, solta, assim, continua”. Pelinhos descendo ao umbigo, mais uns...Outra pinta...”Pode fechar a blusa, meu anjo”. Não tem nada, coisa da idade. “Quinze”? Quando esses biquinhos vão sumir da minha vista, sair da minha boca? “Pode fechar a blusa, por favor, sente naquela cadeira”. Pernas cruzadas, coxas de estudante, lindas nesse uniforme, pinta na coxa esquerda, e a direita?. ”Vem cá, anjinho, deite aqui, vamos ver essa outra pinta, tem mais”? Perfeição, coisa de Deus. “Não, acho que não tem problema de pele, não custa averiguar”. Sol. Praia. “Dói?” Mais acima, tenho que apalpar. “Dói”? Não, não dói . “Vire de costas”. Mais duas pintas. Pelinhos eriçados, dois montes, durinhos. “Dói”? Não dói, nunca vai doer, minha querida, amor não dói, amor vem do céu, o céu não manda dor. “Tira a blusa, pode ficar de costas”. Ver de perto, na nuca, outra pinta, graças! Beijar o pescoço, orelha, sussurrar, encostar.

A MENINA
“Ai, doutor, parece tão longe, mais perto, assim.... Não dói. Amor não dói, amor vem do céu, doutor, como os anjos”.

Maria Odila e Mario Jacoud
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