Quando acordei, deparei-me com três luzes muito fortes apontadas para mim. Era um clarão tão intenso que foi impossível distinguir o que ou quem estava por de trás dos holofotes. Meus olhos inchados doeram um pouco com o impacto da luz. Daí lembrei dos golpes que sofreram na noite passada no lúgubre cômodo pequeno que cheirava mofo de muitos anos. Percebi que estava nu, sentado numa cadeira, mãos e pés amarrados por cordas resistentes. Não via nada, só as luzes. O silêncio absoluto deixou-me intrigado, por longos minutos fui consumido por um terror inexplicável, inenarrável. Subitamente surgiram três homens, vestiam túnicas negras e estavam encapuzados, não dava para ver a face deles. Olhando um para o outro, conversaram entre si coisas que não pude entender, ou falavam muito baixo, ou em outro idioma. Um deles afastou-se e as luzes se apagaram. Então, gritos de horror ecoaram pelas trevas e um chute no estômago me fez desacordar novamente.
Muita febre.