Usina de Letras
Usina de Letras
95 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62822 )
Cartas ( 21344)
Contos (13289)
Cordel (10347)
Crônicas (22569)
Discursos (3245)
Ensaios - (10542)
Erótico (13586)
Frases (51215)
Humor (20118)
Infantil (5545)
Infanto Juvenil (4875)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1380)
Poesias (141100)
Redação (3342)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2440)
Textos Jurídicos (1965)
Textos Religiosos/Sermões (6301)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Cortesia -- 12/10/2005 - 07:48 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aí, de repente, sentiu-se novamente só. A cama vazia, a casa ôca, o jardim abandonado, as paredes sem as fotografias com o sorriso dela.
Voltou à rotina da vida solitária: fazer a cama cedinho, esquentar a água na chaleira, comprar o pão, passar a roupa(desamassar, é mais honesto), escolher a gravata, engraxar os sapatos, fazer a feira...
E um desânimo muito grande tomou conta da sua vida, uma vidinha inexpressiva de burocrata sem perspectiva, digitando ofícios redigidos pelo chefe, um imbecil de dois pés, uma besta quadrada que mal sabe assinar o nome.
Naquela manhã de outubro, morna e seca, resolveu mudar de vida, mostrar o seu valor, dar a volta por cima e ensinar ao destino que não se brinca impunemente com gente inteligente como ele.
Pensou, ruminou e as idéias perpassavam em sua mente velozmente, numa seqüência alucinante: assaltaria um banco, não, não, faria um concurso, não, não, entraria num convento, não, não, jogaria na mega sena! Sim, excelente idéia para quem não tem outra idéia na vida.
Tomou café rapidamente, deu o nó na gravata, passou a flanela nos sapatos e dirigiu-se à casa lotérica. A mega sena estava acumulada: 28 milhões! É muito dinheiro, nem precisava tanto! Ora, pára que regatear, que venham os 28 milhões, saberá administra-los.
A casa lotéria ainda estava fechada. Foi o primeiro da fila, que logo se formou imensa. Aguardava impaciente. A moça, logo atrás dele, era atraente, olhos negros, rosto bem feito, pernas bonitas, voz aveludada:
_ Você pode me emprestar uma graninha, esqueci a carteira de notas em casa.
Remexeu os bolsos. Deu-se conta de que só tinha o dinheiro da aposta. Mas, não se fez de rogado, entregou a cédula de dois reais à moça, que agradeceu com um sorriso lindo. Deixou-a passar, apresentou uma desculpa esfarrapada. Jogo noutra hora. Despediu-se em perguntar onde ela morava, queal seu nome, o númerop do telefone.
Teve que ir a pé para o trabalho. Aborrecido, chutava tudo quanto aparecia à sua frente.
Dois dias depois, no jornal da manhã, na televisão, viu a fotografia da moça. Ela ganhara sozinha a mega sena: os vinte e oito milhões que ele jogara fora com a sua boba cortezia.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui