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Contos-->ROMEU PITBULL -- 17/10/2005 - 14:45 (carlos alberto affonso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ROMEU PITBULL
Carlos Alberto affonso

Romeu Pitbull, assim é chamado um garoto de apenas 10 anos, depois de uma aventura sensacional em que ele foi o personagem principal.
Romeu, um garoto tímido e pacato, sempre foi ridicularizado pelos amiguinhos por ser considerado medroso e fugir das brigas. Seu pai, nessas ocasiões, várias vezes se mostrou irritado e envergonhado e isso o deixava mais inseguro e deprimido ainda. Lutava contra essa indisposição ao conflito, que o caracterizava como covarde. Ele não era, tinha consciência disso, mas não sabia explicar, nem a si próprio, essa aversão a rusgas. Ficava chateado, aborrecido, quando alguém brigava com ele, preferia fugir a enfrentar, era menos desagradável. Seus amiguinhos se aproveitavam da sua aparente fraqueza e o provocava por qualquer coisinha. Até mesmo Ramon, seu irmãozinho de 5 anos, usava desse expediente.
Sr. Raul retornando para casa com os filhos, teve um dos pneus furados. Estacionou no meio fio, desceu do carro, olhou para o pneu murcho, chutou-o, esbravejou, e foi pegar os apetrechos para troca-lo.Romeu e Ramon desceram do carro para a calçada e ficaram brincando nas proximidades. Ramon, mais afoito e curioso, foi a frente de uma casa vizinha em que o portão estava semi-aberto, aproximou-se da abertura e olhou para dentro.Imediatamente se afastou, recuando de costa, amedrontado. Logo em seguida, um Pitbull apontou na abertura e avançou em sua direção. Romeu mais afastado, antevendo a tragédia, gritou pelo pai, mas ele estava abaixado atrás do carro, ocupado, e não o ouviu. Gritou novamente, mas devia estar tão exaltado que a voz saiu rouca e fraca, como da primeira vez. Um turbilhão de pensamentos veio a sua mente: o irmão gravemente ferido; todos o responsabilizando, lhe chamando de covarde; o pai lhe olhando com desprezo; a mãe chorando. O suor lhe escorria pela testa, estático, indeciso, via o Pitbull avançando em direção ao seu irmãozinho.De repente, correu e se interpôs entre a terrível fera e seu irmão.
Lembrou-se de filmes em que pequenos animais pra se defenderem de seus predadores, se fingiam ferozes e utilizavam recursos naturais para demonstrarem um tamanho maior que aquele que realmente tinham. Abriu os braços, estufou o peito, e rosnou com toda gana que conseguiu, como se também fosse uma fera. O predador desviou os olhos brilhantes, incisivos, para ele e continuou avançando se preparando para o ataque. Neste momento, seu pai, que se levantara detrás do carro, observava aquela cena épica, atônito. Romeu, num ímpeto de coragem, avança um passo e rosna ferozmente dando a impressão que iria se projetar sobre a presa, sendo ele agora o predador. A fera estanca, vira-se e volta para sua casa. Ramon, que se escondera o tempo todo atrás do irmão, sai correndo e agarra-se nas pernas do pai. Romeu extenuado, fica parado na calçada sem saber o que fazer.
O dono de Nero, é este o nome do cachorro, que assistira tudo da varanda do sobrado, saiu para a rua e elogiou o pequeno herói pelo ato de bravura. Desculpou-se e convidou-os a entrar e verificar que o cachorro não era um Pitbull perigoso como consideraram. Nero, na verdade, é um velho e pacífico Bulldog, que avançara apenas para brincar, como estava acostumado fazer com as crianças a que pertencia.
Romeu continua o mesmo, mas tudo mudou para ele. O pai o olha com orgulho, seus amiguinhos o respeitam e admiram. Ramonzinho, agora, o chama para resolver seus conflitos, ameaçando os outros, dizendo que é irmão do Romeu Pitbull.

e-mail carlinhosaffonso@aol.com
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