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Contos-->PRAIA DO PAULISTANO -- 19/11/2005 - 19:38 (FLAVIO DIAS SEMIM) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O bairro de Interlagos, no lado sul da Capital de São Paulo, é famoso pela sua pista de corridas, onde uma vez por ano é disputada uma fase do campeonato mundial de automóveis da fórmula 1. Alí está, também, um dos maiores reservatórios de água, para abastecimento da população, a represa de Guarapiranga.

Lugar aprazível, onde nos dias de verão, principalmente aos domingos, o paulistano usa para banhos, pescarias, navegação, esqui aquático, enfim da melhor forma que cada um possa aproveitar o dia de folga e o contato com a natureza.

Todos os tipos de vendedores de bujigangas e quinquilharias fazem dali o seu ponto de ganhar o pão de cada dia. Vende-se sorvetes, milho verde, água de coco, cerveja em lata, refrigerantes, protetor solar, enfim tudo o que existe numa praia de mar.

Ernesto, um mulato forte, bem falante, olhos vivos e espertos, anuncia o seu produto, cachorro-quente, que traz acondicionado em uma embalagem de isopor, pintada sugestivamente a figura da mercadoria que acondicionava. Vestido de calção, tênis e luvas brancos, cabelos cortados rentes, barba aparada, tudo demonstrando limpeza e muita higiene, aliado a forma delicada com que oferece seu produto: “aceita madame?” “experimente senhora!”, “foi feito para tí, freguesa”, numa atitude de delicadeza e respeito. Uma simpatia!

Porém, como nada é perfeito, Ernesto tem um grave defeito, vindo talvez das suas origens, pouco educado, onde as boas maneiras não lhe foram ensinadas, mas aprendidas por sí só. O seu “defeito” era um vício incontrolável, que já não incomodava quem o conhecia, porém, para estranhos tornava-se um problema grave, eis que o Ernesto, sem perceber, a cada pouco levava sua mão entre as pernas e dava uma calorosa coçada no seu membro masculino.

Naquele ensolarado domingo, aproximando-se de um casal que preparava para se acomodar num canto aprazível a beira da represa, em baixo de uma árvore, muito delicadamente aproximou-se da bela senhora e com todas as letras ofereceu “aceita madame?” simultaneamente ao gesto impensado. Para sua infelicidade, o marido da bela senhora, um mulato muito mais forte que o Ernesto, campeão paulista de Karatê, exímio lutador de capoeira, surgiu a sua frente e diante da cena não teve dúvidas, aplicou uma tremenda surra no Ernesto, dizendo ser uma pequena lição a tão atrevida criatura, pois alem de ter que defender a sua honra, tinha também que extravasar o seu ciúme na defesa da bela companheira.

A desesperada tentativa de fuga do Ernesto ficou marcada pelos sanduiches perdidos na areia da praia e por pouco não morreu afogado, pois a caixa de isopor lhe foi enfiada cabeça abaixo e jogados na água, onde graças a alguns banhistas presentes, foi socorrido em tempo oportuno.

O Ernesto jura que o acontecimento foi muito útil e até agradece ao tipo que nunca mais viu, pois acabou com seu maldito vício, porém, por via das dúvidas, passou a usar definitivamente nas horas de serviço uma tipóia, de pano muito branco, com a qual imobiliza sua mão e braço esquerdo e no direito tem amarrado no pulso a alça da caixa de isopor com seus cachorro-quentes, situação suficiente para ganhar a sua vida pacificamente e atender bem a clientela, impossibilitando uma eventual prática do gesto.




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