Gostava mais daqueles olhos grandes, pidões, emotivos, que pareciam viver boiando em prantos enigmáticos.
Sabia que ela havia passado, na vida, por fracassos amorosos, inclusive, viuvez, mas não tinha como fugir daquele encanto que o arrastava para a órbita da vida dela.
Procurava criar óbices a todo tipo de aproximação, mas o fascício era mais forte e, quando menos esperava, lá estava a espionar a vida dela, olhando para o relógio para ver se estava atrasada, se faltava, como estava vestida. Criava oportunidades para trocar impressões sobre fatos banais, comentava episódios do dia-a-dia.
E aí ficava olhando-a bem nos olhos. Os olhos, afinal, eram responsáveis pelo encanto,l pela magia, pelo feitiço que o fazia, cada dia mais apaixonado.
De tanto viver daquele modo, não era difícil de imaginar, ela notou que estava sendo observada, o interesse desmesurado, as atenções o sliencioso contemplar.
Olhos nos olhos. Mãos nas mãos. E o inevitável aconteceu.
Do motel para viverem juntos, um romance terno, doce.
E aí, rapidamente, esqueceram todos os fracassos amorosos do passado...
Meses depois, olhinhos daquele jeito vieram ao mundo, em dois pares, duas gemeazinhas para alegria do casal.