No centro da sala havia um copinho plástico para café. Estava vazio. As quatro paredes da sala, brancas e bem acabadas, estampavam a palavra “plástico†cada qual. O chão negro de mármore era contrastante com o ponto branco e diminuto que representava o copinho. As quatro làmpadas do teto iluminavam muito bem a sala.
As formas permaneceram estáticas e silenciosas, aguardando pacientemente a ação decisiva e transformadora do homem, tentando raciocinar enquanto seres inanimados e de um vazio rigoroso. Nada os submeteria ao constrangimento da surpresa ou da perplexidade, nada abalaria a imobilidade dos objetos.
Um homem decrépito entrou na sala. Estava despido e suas carnes angustiantes e penduradas balançavam desavergonhadamente quando se mexia. O decrépito abaixou-se, pegou o copinho de plástico e bebeu um líquido imaginário. Olhou bem para o copo e resmungou. “Este mundo plástico, de gente plástica, é impermeável. É triste estar do lado de foraâ€. Saiu e foi embora. Depois foi reprovado no teste.