O sonho da imaginação
Rio dos Véus acabou-se com a guerra, revolucionários e tropas do governo da província reduziram o vilarejo a um amontoado de escombros e cadáveres. Nem mesmo as mulheres, velhos e crianças foram poupados daquela desgraça. O que se via pelo que restou das ruas era o murmúrio dos poucos viventes que choravam o infortúnio dos tantos inocentes. De nada adiantou aquela destruição toda, pois a guerra haveria de se estender por meses. De tudo foi tentado para se chegar a um acordo, sem sucesso. Os revolucionários queriam seus propósitos, sem concessões. O governo da província não abria mão de sua chamada soberania.
Em meio a tantos escombros, surgiu uma menina. Saiu do porão onde, sem saber, havia dormido. Tentou acordar os pais, mas estes dormiam profundamente embaixo das paredes do quarto. Quando saiu para rua, viu tanta gente dormindo, que imaginou estar sonhando. No dia seguinte, acordou com o rosto vivo da mãe, anunciando com o exuberante sorriso o café da manhã e um novo dia de sua vida.