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Contos-->Quando o amor vira ódio... -- 30/07/2006 - 10:36 (Orival Tadeu Lopes da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pela ótima contribuição, deixamos nossos agradecimentos ao amigo Bonassa,
E como costuma dizer o meu parceiro Laviro é uma historinha muito massa...

Falando no Laviro, ele leu essa historinha e tomou a liberdade de reescrevê-la. Vamos, então, passar à palavra para ele. A bola está contigo Laviro!

Bom dia, nobres leitores e leitoras do Usinas! Desejando-lhes votos de muita saúde e sucesso, vamos contar para você a história daquela estudante que se apaixonou por um colega de classe, no antigo curso ginasial. Tamanha foi a sua paixão que ela nunca teve a coragem de dizer isso a ele, com medo de sofrer uma decepção. Os anos passaram e ela nunca mais soube notícias daquele rapaz. Porém, todo esse tempo não fez acabar o grande amor que sentia por ele e a maior prova disso é que ela nunca se casou.
Ficou morando com seus pais e, depois da morte de sua mãe (o pai tinha falecido antes), foi morar no litoral do Estado. Certo dia ela precisou ir ao dentista e marcou uma consulta numa clínica. Gostaríamos de continuar a história, mas vamos ouvir dessa própria mulher apaixonada o que aconteceu...
"Eu estava sentada na sala de espera da clínica para consultar, quando observei que o diploma do dentista que iria me atender estava dependurado na parede. Li o seu nome e quase tive um desmaio. Era o nome do rapaz por quem havia me apaixonado no colégio (e que, por incrível que pareça, ainda o amava). Recordei daquele moreno alto, cabelos encaracolados, corpo atlético... Seria ele o meu dentista? Com o coração quase saindo pela boca, mil pensamentos vieram à minha cabeça. Estaria casado? Será que me reconheceria? Teria encontrado novamente o meu grande amor da minha vida? Parecia estar vivendo um sonho... Estava assim, nessa ansiedade, quando a secretária “acordou-me” ao tocar no meu ombro, dizendo que estava na hora de ser atendida. Levantei-me e, se ela não me ampara, teria caído, pois minhas pernas estavam trêmulas e sem forças para suportar o meu corpo. Sentei-me novamente e, após tomar um copo d´água, consegui forças para levantar-me e entrei na sala do consultório do meu grande amor (ops, quero dizer do meu dentista).
Entrei e afastei o pensamento de que aquele homem seria o meu grande amor. Do outro lado da mesa estava um senhor de cabelos grisalhos, quase calvo, profundamente enrugado e demasiadamente velho para ser aquele jovem de outrora.
Depois que ele examinou o meu dente, perguntei-lhe - não sei por qual razão (talvez para comprovar que não era ele mesmo) – se, porventura, ele havia estudado no Centro Educacional Vidal Ramos em Lages.
- Sim – respondeu-me ele, para minha grande surpresa.
- Quando se formou? – voltei a perguntar ainda mais curiosa (naquele tempo havia formatura até do curso ginasial, rs).
- 1965 – respondeu e indagou-me um tanto sério: Por que esta pergunta?
- Bom – gaguejei. É que você era da minha classe – disse com uma forte emoção no peito.
E então aquele velho horrível, gordo, careca, cretino, filho de uma puta, me perguntou:
- A SENHORA ERA PROFESSORA DE QUE?"
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