|     
				| LEGENDAS |  | ( 
					 * )- 
					Texto com Registro de Direito Autoral ) |  | ( 
					 ! )- 
					Texto com Comentários |      |   | 
	|
 | Contos-->Coisas simples da vida -- 07/08/2006 - 21:05 (Heleida Nobrega Metello) |  |  |  |  |  |
 | Com a senha nas mãos familiares dirigem-se à ante-sala da UCO (Unidade Coronária) do Hospital do Coração.
 
 Duas pessoas por paciente sem oportunidade de revezamento, num período de quinze minutos. Regras a serem respeitadas.
 
 Uma esposa, uma mãe e duas filhas de um recém-enfartado confabulam sobre quem entra nesta visita.
 
 O propé obrigatório para embrenhar-se na Unidade passa diversas vezes de mão em mão entre as quatro.
 
 Ora uma veste o propé, ora tira e passa para a outra que já derrama algumas lágrimas. E assim por diante...
 
 Uma escolha difícil até para os que assistem a cena.
 
 Finalmente  fica decidido que entrariam desta vez: a esposa e uma das filhas.
 
 As que sobraram do lado de fora choramingam junto à recepcionista.
 
 Com os olhos marejados a filha insiste em querer entrar para dar um rápido beijo no pai.
 
 Diante da negativa, murcha qual rosa mal cuidada.
 
 Um dos visitantes que também não pôde entrar volta-se para ela e diz:
 
 - “As palavras podem ser ditas ou escritas. O abraço e o beijo também. Por que não escrevem um bilhete?"
 
 Os olhos de ambas cintilaram de esperança.
 
 A enfermeira confirma a possibilidade.
 
 Rapidamente a jovem e a senhora começam a escrever e a  escrever...nas folhas de papel de um caderno universitário.
 
 A porta automática se abre e ambas adentram através de linhas traçadas pelo coração.
 
 Palavras que talvez nem fossem ditas durante os quinze minutos de visita.
 
 A água trocada e resfriada acaba por dar nova vida àquela rosa que há pouco olhava desolada para o chão.
 
 | 
 |